Calor, festas de rua e grandes aglomerações tornam o Carnaval uma data propícia para o zika se espalhar.
Confira as dicas para escapar do vírus nesse período.
De acordo com os especialistas, as maiores precauções neste Carnaval devem ser tomadas pelas gestantes Neste verão, as grandes aglomerações que fazem do Carnaval uma das maiores festas de rua do Brasil podem ser um "prato cheio" para o vírus zika.
Algumas capitais brasileiras com tradicionais carnavais à céu aberto têm alta densidade do mosquito Aedes agypti e, com o calor, a possibilidade de pancadas de chuva e a reunião de pessoas com poucas roupas e vulneráveis às picadas, os números de casos podem aumentar.
Na última sexta-feira, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou ter detectado a presença do vírus em saliva e urina de duas pessoas infectadas.
Apesar de não ser possível afirmar que essa possa ser uma forma de transmissão, os cientistas sugerem alguns cuidados em relação ao zika durante o feriado, especialmente para as grávidas até o quarto mês de gestação.
"A evidência de hoje não quer dizer que as pessoas não possam brincar no Carnaval", disse Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz. "A precaução maior deve ser tomada naqueles casos onde há uma maior gravidade ou potencial de danos, que são as gestantes.
Para elas, recomendamos que evitem grandes aglomerações, tentem não compartilhar copos e materiais levados à boca. Pessoas que convivam com gestantes e tenham sintomas de zika devem ter uma responsabilidade adicional."
Zika: o que a ciência sabe sobre o vírus
ONU defende o direito ao aborto em países atingidos pelo zika. Como os cientistas ainda sabem pouco sobre o vírus, a maior recomendação de médicos e especialistas é o combate ao mosquito Aedes aegypti que, além de transmitir o zika, também é o vetor da dengue e do chikungunya.
"Para os foliões, os cuidados devem ser os mesmos que vêm sendo tomados desde o início do surto: repelente, evitar os horários de circulação do mosquito e, principalmente, eliminar os criadouros", afirma médico Ricardo Hayden, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
"Nesse período de incertezas é melhor optar pelo cuidado."
Confira abaixo as principais maneiras de se proteger do vírus zika neste Carnaval:
Seis dicas para se proteger do vírus zika no Carnaval;
Reaplique o repelente de três em três horas
Para evitar as picadas do mosquito, o uso de repelente ainda é o método mais indicado pelos médicos (compostos naturais ou aparelhos ligados em tomadas elétricas não são eficazes contra o 'Aedes agypti'). Há dois princípios ativos que compõem os repelentes encontrados no Brasil, icaridina (substância derivada da pimenta) e DEET (dietiltoluamida).
Há relatos científicos de que o mosquito começa a desenvolver resistência ao DEET, o que não se verifica com a icaridina. Além disso, os repelentes à base de icaridina duram dez horas, enquanto os feitos com DEET agem por até seis horas.
Em dias muito quentes, o suor pode eliminar o produto e diminuir sua eficácia. A recomendação médica é que seja feita a reaplicação periódica, a cada três ou quatro horas ou após mergulhos e períodos de suor excessivo.
Use roupas leves, mas de mangas compridas
Além dos repelentes, a barreira física do tecido também protege contra o mosquito. O ideal é usar roupas leves, de mangas e barras compridas, principalmente durante o período do dia em que o mosquito circula.
“Roupas costumam ser um fator importante de proteção”, explica o médico Ricardo Hayden, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Além dos repelentes, a barreira física do tecido também protege contra o mosquito. O ideal é usar roupas leves, de mangas e barras compridas, principalmente durante o período do dia em que o mosquito circula. “Roupas costumam ser um fator importante de proteção”, explica o médico Ricardo Hayden, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Fuja dos horários de circulação do mosquito.
O mosquito 'Aedes aegypti' tem entre 5 e 7 milímetros, é coberto de manchas brancas e circula durante o dia, entre as 9h até por volta das 14h. Como seu voo não faz qualquer zumbido, o ideal é que, nesses horários, sejam evitadas as áreas em que o mosquito pode estar presente.
Os especialistas recomendam que nas capitais onde há grande densidade do mosquito.
Se estiver grávida, evite grandes aglomerações.
Os médicos sugerem que gestantes e indivíduos mais vulneráveis aos vírus, como crianças e idosos, fujam de grandes aglomerações neste início de ano.
“Ainda não há a confirmação de que o vírus tem a capacidade de ser transmitido pela saliva ou urina mas, enquanto isso, é melhor ter cuidado com grandes grupos de pessoas, principalmente onde pode haver o risco de contatos mais próximos”, explica Hayden.
Para as grávidas, outra sugestão é evitar compartilhar pratos e talheres - quando houver a possibilidade, o ideal é solicitar canudos, copos ou louças descartáveis para os alimentos.
“Nem todos os vírus que estão presentes nesses fluidos causam infecções mas, enquanto ainda temos dúvidas, o melhor a fazer é minimizar qualquer possibilidade de novos contágios.”
Use preservativo
A transmissão sexual do zika vírus ainda não foi detectada no país, mas o Estado americano do Texas relatou um caso de suspeita de transmissão sexual de zika no início de fevereiro.
Em 2013, pesquisadores franceses encontraram o vírus zika no sêmen de um homem que se recuperava de zika. Assim como a identificação do vírus na saliva e na urina não indica que haja a transmissão do vírus, a transmissão sexual ainda não está comprovada cientificamente.
Contudo, os pesquisadores recomendam o uso do preservativo durante as relações sexuais, que pode ser um fator de prevenção contra um possível contágio. “O uso do preservativo previne contra diversos vírus, como o HIV, e pode ser um aliado para escapar do zika”, diz Hayden.
Combata o mosquito
A única forma comprovadamente eficaz de evitar o zika é acabar com o mosquito. Elimine possíveis criadouros (locais com água parada, como vasos, garrafas, pneus ou reservatórios que possam acumular líquido), instale telas de proteção nas janelas e portas e use mosquiteiros, principalmente no quarto das crianças.
Por: Rita Loiola. Revista VEJA online.   (Foto: Juan Carlos Ulate/Reuters).

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