Imprevistos acontecem a todo o momento e para que não sejamos surpreendidos por quaisquer gastos emergenciais precisamos estar preparados para estas eventualidades. Essa é a principal função de um fundo de emergência
É importante ter um fundo emergencial que possua segurança e liquidez.
Em algum momento podemos ser surpreendidos por situações favoráveis ou não. Entretanto, poucas pessoas se preparam para eventualidades negativas, e quando esta chega pode afetar a vida das pessoas de maneira irreversível.
Quando se trata do financeiro, o problema pode ser ainda maior, pois dependendo da situação a pessoa pode perder o que já foi conquistado, ou, ainda, se envolver em uma espiral de dívidas que a prenderá por muito tempo.
Por exemplo, se a pessoa adquire um automóvel ou uma casa, e, em determinado momento, perde o emprego, o que irá fazer com as prestações? Como poderá cumprir os compromissos assumidos antes desta eventualidade? É exatamente para situações deste tipo que serve um fundo de emergência.
O Yahoo consultou o especialista em finanças e criador do portal "Manual invest" e colunista do "Finanças e Investimentos", Emanuel Steffen, para esclarecer algumas dúvidas e dar dicas para começar ou administrar o fundo emergencial.
Steffen afirma que o objetivo deste fundo é garantir que não sejamos "pegos de surpresa", sendo prevenidos através da construção de uma reserva de capital destinada apenas para emergências e eventualidades indesejadas. A reserva de emergência deve ser o "primeiro investimento" de qualquer pessoa.
Não adianta pensar na aposentadoria, investir em imóveis ou ações sem antes guardar uma reserva para as necessidades imediatas.
Para começar, a principal referência deve ser o padrão de vida atual, de forma que, quanto maiores forem os "gastos mensais" da família (não a renda), maior deve ser a reserva.
Guardar um valor mensal 
Steffen afirma que uma dica importante é destinar pelo menos 10% de sua renda mensal para construir essa reserva. Em caso de desemprego, o mais confortável seria economizar o valor equivalente a um ano (12 meses) de despesas.
Por exemplo, se a pessoa tem um gasto mensal de R$ 1,5 mil, ela deve ter uma reserva de pelo menos R$ 18 mil. O tamanho desta reserva pode variar conforme o risco de ficar sem renda. 
Um funcionário público, por exemplo, pode destinar apenas 3 (três) meses das despesas para este fim, pois a possibilidade de desemprego é menor que em outros segmentos.
Já um funcionário do setor privado, possui um risco moderado de perder o emprego, precisando poupar um pouco mais. Outros profissionais são ainda mais sujeitos ao risco de desemprego, como pequenos empresários e profissionais liberais.
Para eles, portanto, o "colchão" de 12 meses de gastos é o mais indicado. Pode levar alguns meses para completar o investimento, ou até alguns anos, dependendo da capacidade de poupança de cada pessoa, mas o fato de estar preparado para imprevistos vale toda a jornada.
Utilização do Fundo 
É comum que algumas pessoas tenham necessidades consideradas emergenciais, como por exemplo, um vestido novo para uma festa, entretanto, os recursos devem ser utilizados apenas para "necessidades extraordinárias" como: um problema de saúde inesperado na família, um procedimento médico que não possui cobertura pelo plano de saúde, disputas judiciais, e até mesmo o desemprego.
Compras corriqueiras, lazer, e viagens estão fora da lista de destinação destes recursos.
Investimentos (aplicações) 
Steffen comenta que a primeira coisa ao começar a investir para criar uma reserva de emergência é esquecer a rentabilidade e pensar em acumular patrimônio. O rendimento da aplicação não importa muito, mas sim a segurança, o baixo risco, e a liquidez diária, que permitam resgatar o dinheiro assim que ele for necessário.
A poupança, os CDBs (Certificados de Depósito Interbancário), e os títulos de curto prazo do Tesouro Direto suprem esta necessidade (liquidez e segurança), além de alguns fundos indexados ao CDI.
Quanto investir 
De acordo com o especialista, 100% dos recursos guardados devem estar aplicados em algum produto de renda fixa, caso contrário, o valor acumulado será corroído pela inflação. O importante na escolha de qual produto investir é o baixo risco, e a liquidez oferecida, pois estes recursos podem ser demandados a qualquer momento.
Após completar o valor estipulado para a reserva, você pode parar de aplicar e deixar o dinheiro intocado em um produto de investimento para quando for necessário. Os produtos citados (Poupança, CDBs, Títulos públicos, e Fundos renda fixa) são excelentes opções para esta finalidade.
Dinheiro extra 
É possível que em algum momento a pessoa receba um valor não previsto. Neste caso, é aconselhável destinar uma boa parte deste valor para a reserva, a fim de conseguir alcançar o valor necessário para preservar sua saúde financeira em qualquer eventualidade.
Para tanto, é necessário que a pessoa tenha controle sobre suas finanças; não apenas se controlar ao gastar, mas ter anotação sobre as entradas, saída e valores necessários para eventuais emergências e ainda, férias e outros tipos de lazer.
Como esclareceu Steffen, o fundo emergencial deve ser destinado apenas para emergências, mas a pessoa pode ter diferentes fundos para diferentes situações. Além do fundo para emergências, ela pode poupar, em separado, para uma viagem, férias, ou qualquer outro objetivo que exija um planejamento financeiro maior.

Site Yahoo Brasil. Por Juliana Almeida | Yahoo Contributor Network. Thinkstock.

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