Como controlar as finanças e evitar o superendividamento.
Com dívidas em bancos, cartão de crédito, no varejo e empresas
de telefonia, os superendividados já têm onde buscar ajuda gratuita para
renegociar débitos
Os superendividados são consumidores com prestações muitas vezes
maiores que seus salários e que comprometem mais de 30% da renda.
O agravamento da crise da crise econômica fez a procura pelos
serviços do programa de apoio e ao núcleo de tratamento do superendividamento
da Fundação Procon SP crescer 400% desde julho do ano passado.
Os superendividados são consumidores com prestações muitas vezes
maiores que seus salários e que comprometem mais de 30% da renda, percentual
considerado como o sinal vermelho do endividamento.
Quem busca ajuda no núcleo são em sua maioria pessoas casadas,
na faixa de 36 a 60 anos e que trazem no currículo curso superior
Seis em cada dez desses consumidores endividados são mulheres.
“Não porque são mais descontroladas financeiramente, mas porque se sentem menos
constrangidas em buscar ajuda.
Há casos de homens que chegam até a porta e não entram”, diz
Diógenes Donizete Silva, coordenador do PAS (Programa de Ajuda aos
Superendividados).
Um deles relatou aos técnicos que esteve quatro vezes no local,
mas não conseguiu ir em frente porque se sentia muito envergonhado.
Para evitar constrangimento, o núcleo funciona em um endereço
exclusivo para o serviço (Rua da Barra Funda, 1.032, em São Paulo). O
endividado pode ir direto ao local agendar uma conversa ou fazer a renegociação
pelo site do Procon-SP.
Se optar pelo atendimento com o técnico, ao tocar a campainha, a
pessoa é encaminhada para uma sala, onde conversará individualmente com um
especialista.
Neste ano, 3.200 superendividados já procuraram pelo serviço,
segundo levantamento feito até o dia 18 de outubro. A maioria está com nome
sujo – ou seja negativado em órgãos de restrição ao crédito.
Um quarto dos endividados é funcionário público, e os
especialistas acreditam que isso se deve à oferta de crédito consignado a essa
categoria profissional.
Entre as principais causas do endividamento dos participantes do
programa do Procon estão: descontrole financeiro (41%), desemprego (19,5%),
redução da renda (19%) e doença pessoal e familiar (8,5%).
Por Claudia Rolli. (iStock).
Revista VEJA
online.
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