O verdadeiro impacto do colesterol no infarto.
O colesterol e a aterosclerose não são descobertas de agora. Múmias de 4 000 anos tinham artérias calcificadas. Leonardo da Vinci descreveu placas em vasos sanguíneos, em 1506.
O conde Edward Hyde relatou, em 1632, o sofrimento da dor de angina de seu pai, que hoje sabemos ser causada por obstruções nas artérias do coração.
Mas foi o médico russo Nikolai Anichkov, quem, em 1913, primeiro registrou o aparecimento de oclusões nas artérias de coelhos após alimentá-los com o colesterol dos ovos.
Cerca de 25% dos adultos apresentam o colesterol elevado no sangue. Alguns conseguem reduzi-lo com dieta adequada, emagrecimento e exercícios físicos regulares.
Mas há muitos, mais da metade, que, mesmo seguindo um estilo de vida saudável, permanecem com o colesterol acima do normal, principalmente a fração LDL, considerada a mais nociva.
Manter o colesterol em níveis normais é uma das melhores formas de prevenção de infarto do coração e de outras doenças vasculares como derrames, aneurismas e o entupimento das artérias das pernas.
Há quem levianamente critique o uso de medicamentos para o colesterol, esquecendo ou desconhecendo evidências de que esses medicamentos revolucionaram o tratamento e a prevenção das doenças cardíacas.
Muitos apontam até pesquisas contrárias ao uso das estatinas, fármacos redutores do colesterol.
Mas nenhuma dessas pesquisas recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, como fizeram Feodor Lynen e Konrad Bloch, que em 1964 foram laureados pelas descobertas sobre regulação do colesterol e a aterosclerose, assim como Joseph Goldstein e Michael Brown, premiados em 1985, cujos estudos promoveram a criação das estatinas.
A conta do colesterol
Baixar 1mg/dL nos níveis de colesterol LDL no sangue pode promover uma redução de 2 a 3% no risco de um infarto, doença que mata 100 000 brasileiros ao ano e representa a maior causa de óbitos no Brasil e no mundo.
Além da dieta e dos exercícios, há muitas opções de medicamentos disponíveis para reduzir o colesterol e salvar vidas.
Melhor medir o colesterol uma vez ao ano, seguir as orientações médicas, usar os medicamentos – se prescritos, e se cuidar.
Ah, e a novidade é que está provado que não precisamos mais de jejum para dosar o colesterol no sangue.
Por: Marcus Malachias       

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