Quem tem muitas espinhas envelhece menos
É a conclusão de um estudo recente, que explica a razão por trás
da boa notícia (ao menos para quem batalha contra a acne)
Jovens que sofrem por ter o rosto cheio de espinhas agora podem
comemorar! Segundo uma pesquisa publicada no periódico científico Journal of
Investigative Dermatology, a lástima da adolescência se torna um benefício na
vida adulta. I
Isso porque, associou-se o excesso de acne a uma resistência
maior ao envelhecimento. Ou seja, quem tem espinhas acaba por apresentar uma
pele melhor, por mais tempo.
Segundo o estudo, quem possui muita acne conta com um sistema de
proteção nas células que retarda o envelhecimento. Nesses indivíduos, os
chamados telômeros, tipos de capas que blindam os cromossomos, são mais longos.
Em consequência, eles impedem, por mais tempo, a deterioração
desses nossos pacotes de DNA – uma das causas do envelhecimento das células.
Tradução: quando adulto, os ex-espinhentos apresentam menos rugas,
cabelos brancos e outros sinais típicos da velhice.
Para chegar à essa conclusão, o estudo, divulgado em setembro
por pesquisadores do King’s College, de Londres, na Inglaterra, comparou
informações genéticas de 1 205 mulheres.
Um detalhe importante: para tal, foram analisadas gêmeas, que,
logo, possuem maiores coincidências no DNA.
Dentre essas gêmeas, as que tiveram grande incidência de acne –
um quarto do total das 1205 – ao longo da vida demostraram menores sinais de
envelhecimento.
Ao mesmo tempo, essas também possuíam os tais telômeros longos.
Entretanto, ainda não se sabe o motivo, biológico, de existir essa correlação.
Disse a dermatologista Simone Ribeiro, autora do estudo: “Mas,
ao olhar as biópsias da pele, já conseguimos compreender como um gene
específico está relacionado a esse fenômeno”.
A pesquisadora se refere ao chamado p53, um gene que regula a
morte das células de nosso corpo – que, conforme os anos passam, cometem o que
se nomeia de um “suicídio celular”.
Quando os telômeros ficam mais curtos, eles aceleram esse
derradeiro fim. Logo, quem possui essas versões longas desses telômeros acaba
por retardar o tal “suicídio celular”.
Segundo os pesquisadores, mesmo ainda sem saber como, ao certo,
o tal p53 teria papel nesse jogo.
Caso dos
adolescentes espinhentos – futuros adultos orgulhosos de sua tez lisinha.
Revista VEJA
online.
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