Saiba identificar sinais de reações alérgicas.
Quem sofre de rinite alérgica sabe o que uma alteração brusca de
temperatura ou um ambiente empoeirado podem causar. Espirros, muitos e muitos
espirros.
Assim como ela, outras formas de alergia, algumas até mais
graves, atingem cerca de 30% da população brasileira, segundo Associação
Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
Seja ela alimentar, respiratória ou de contato, o importante é
identificar os sinais e ir atrás de um diagnóstico médico para evitar crises
mais sérias.
— Deve-se sempre procurar um alergista, porque não é fácil
descobrir uma alergia alimentar, por exemplo. O diagnóstico pode passar pela
retirada do alimento e, depois, voltar com ele para identificar a
suscetibilidade — comenta José Carlos Perini, presidente da Asbai, explicando
que dificilmente se tem uma crise alérgica grave no primeiro contato com a
substância alergênica.
Quando essas crises acontecem, principalmente em crianças, Carla
Dall, coordenadora da emergência pediátrica do Hospital Barra D’Or, alerta que
a automedicação deve ser evitada.
— Por conta de uma dermatite, podem surgir lesões avermelhadas
na pele. O ideal é não aplicar pomadas no local porque pode alterar a
característica da lesão e dificultar o diagnóstico.
Tem que procurar um médico — diz a médica, que aconselha o uso
da imunoterapia (vacina) para diminuir os efeitos de alergias respiratórias e
de picada de mosquito.
Já com
relação aos adultos, Perini afirma que as alergias respiratórias são mais
comuns.
— A rinite chega a afetar 26% das pessoas, que têm seu dia a dia
prejudicado pelos sintomas. Em regiões tropicais, o que mais pesa é a poeira
doméstica — diz.
“Intolerância a lactose é problema digestivo”, diz o presidente
da Ass. Brasileira de Alergia e Imunologia, José Carlos Perini. Confira a
entrevista com o especialista:
Qual alergia alimentar é a mais comum em crianças?
Alergia à proteína do leite de vaca. Depois, a amendoim, soja,
clara de ovo, trigo. A forma mais comum de ela se manifestar é o desconforto
gástrico e refluxo na criança.
É como se o corpo não conseguisse digerir aquilo. Os sintomas
podem ser ainda na pele, como urticária e a dermatite atópica, que é uma doença
de pele que a deixa seca, com lesões avermelhadas e coça muito.
Qual a diferença entre intolerância e alergia?
As pessoas confundem muito. A intolerância a lactose é um
problema digestivo e não, de alergia. A criança pode ter dificuldade de se
adaptar ao alimento, e ela aprende isso com contato lento e gradual.
É muito importante um bom diagnóstico para não gerar uma
aberração: famílias tendo que comprar leites caríssimos para crianças que não
teriam necessidade.
O que fazer em um momento de crise alérgica?
Na hora, deve-se tomar um antialérgico (anti-histamínico), que
ajuda a segurar o processo.
Se a reação for anafilática, a pessoa tem que tomar medicamentos
mais fortes. Para isso, deve se encaminhar ao pronto-socorro. Dificilmente a
crise será grave na primeira vez que se entra em contato com a substância a que
tem alergia.
Foto: Bia
Guedes / Extra. Ana Paula Blower.
Jornal EXTRA
online,
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