Seu filho é baixinho? Saiba o
que fazer
A verdade sobre o hormônio do
crescimento, o GH.
Como detectar precocemente se seu
filho tem algum problema no crescimento? Cada criança tem um potencial de
crescimento próprio, o qual deve ser reconhecido e respeitado.
existe uma altura ideal para cada
idade, mas uma faixa de normalidade que abrange várias estaturas.
O importante é acompanhar
regularmente esse crescimento através da curva de altura e observar se a
criança cresce abaixo da última linha do gráfico ou se o crescimento está
desacelerando sem motivo ou ainda saindo da faixa esperada para altura da sua
família.
Configurada alguma dessas situações
especiais, é essencial procurar orientação médica a fim de que seja realizada
uma avaliação da velocidade de crescimento anual e uma previsão de estatura
final para os pais considerando-se a idade e o sexo da criança.
Cabe ressaltar que o crescimento pode
ser influenciado pela qualidade da alimentação, atividade física, doenças (como
hipotireoidismo, falta hormônio de crescimento, insuficiência renal e síndromes
genéticas), uso de medicamentos, fatores psicológicos e baixa produção endógena
de hormônio do crescimento.
A maioria dos casos de crianças com
baixa estatura reflete apenas a expectativa dos pais de que seus filhos sejam
mais altos. Isso porque muitas vezes a baixa estatura decorre de fatores genéticos,
não sendo necessário, dessa forma, a condução de tratamento hormonal.
Em contrapartida, pais e mães baixos
podem não atentar para sinais de crescimento fora do padrão de normalidade,
justamente por já esperarem a baixa estatura de seus filhos. Isso pode remeter
a um erro irreparável.
Quem sabe esses pais também não
tinham problema de crescimento não diagnosticados adequadamente?
Afinal, foi somente após a década de
oitenta que padronizaram os testes para avaliar a secreção endógena de hormônio
de crescimento, bem como o inicio do uso terapêutico do hormônio de crescimento
produzido por engenharia genética.
O tratamento com o GH, hormônio do
crescimento, não garante que a estatura alvo calculada será atingida. Porém, é
fundamental propor e discutir a reposição hormonal antes da consolidação da
idade óssea, processo que ocorre por volta dos 13 anos de idade.
O temor de alguns no uso do hormônio
do crescimento é baseado muito mais em hipóteses sobre o que poderia acontecer
e não no que realmente acontece.
Sobre a suposta associação com o
risco de câncer, os estudos mostram que pacientes que usaram o hormônio do
crescimento por muitos anos, em comparação com a população que não usou,
tiveram a mesma incidência de tumores.
Não existe nenhuma relação do uso de
hormônio de crescimento com problemas sexuais ou nas gônadas. Importante também
ressaltar que a reposição com hormônio do crescimento só existe sob a forma de
injeções subcutâneas.
Portanto, se há dúvida sobre a
estatura final do seu filho, não hesite em procurar auxilio médico precocemente
e iniciar o tratamento adequado.
Por Claudia Cozer Kalil.
Revista VEJA online.
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