Conheça 4 possíveis temas
para a redação do Enem 2016.
A redação do Enem mete medo em
muita gente. Além de ser uma das provas mais esperadas do Exame Nacional do
Ensino Médio, é também uma das mais difíceis de fazer.
O candidato vai ter que pôr em
ação todo o seu pensamento analítico, capacidade de se expressar, conhecimento
do tema e articulação do texto com os Direitos Humanos.
É uma prova que fala de temas
atuais, especialmente os que estão em discussão no Brasil e no mundo. Nos
últimos anos tivemos, por exemplo, temas como a violência contra a mulher,
movimentos migratórios, Lei Seca e publicidade infantil.
Como você está se preparando
para a redação do Enem 2016? O professor de Língua Portuguesa e
Literatura Cláudio Cau, do cursinho da Poli (fundada em 1987 por um grupo de
alunos da Escola Politécnica da USP), ajudou a gente a fazer uma lista com
quatro assuntos que têm chance de cair na prova esse ano.
Confira os temas e comece a
estudá-los agora mesmo. Se eles não forem os escolhidos pelos organizadores do
Enem, pelo menos você vai um material relevante para se aprofundar e treinar a
redação!
1. Questão de família
Hoje em dia existe uma
discussão muito grande sobre esse conceito. O que compõe, afinal, uma família?
Ela tem necessariamente que seguir os componentes tradicionais e consanguíneos,
com pai, mãe e filhos?
Uma mãe solteira e seu filho
formam uma família? Um homem e uma mulher não casados, vivendo juntos, formam
uma família? Um casal homossexual que adota filhos forma uma família?
Em termos legais, sim, eles
formam. Mas há um movimento conservador em atividade, capitaneado por líderes
religiosos e setores tradicionais da política, que tenta impedir o avanço
dessas conquistas no cenário brasileiro.
Se esse tema cair na redação do
Enem 2016, você terá que abordá-lo com cuidado. É fácil deixar-se levar por
dogmas religiosos ou por linhas de pensamento que desprezam os Direitos
Humanos.
Abra o olho para os benefícios
que uma concepção mais ampla sobre o que é família pode trazer para as milhares
de crianças abandonadas nos orfanatos brasileiros. Ou para garantir os direitos
de grupos que historicamente lutam para serem tratados com igualdade.
Lembre-se que você terá que
elaborar uma proposta de intervenção social para o tema família que respeite os
Direitos Humanos.
Portanto, independentemente da
sua crença, você terá que assumir uma postura analítica e integradora a
respeito do tema.
2. As tecnologias da informação nas nossas vidas
Embora já apareça bastante na
prova de Linguagens e Códigos, as tecnologias da informação são um tema muito
apreciado pela equipe que faz o Enem.
Ou seja, têm chances de virar
tema da redação mais uma vez, como já aconteceu em 2004 (Como garantir a
liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação?) e em 2011
(Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado).
O motivo para tanto apreço ao
tema é simples: estamos passando por uma revolução digital sem precedentes na
nossa história, que só tem crescido nos últimos anos. A cada dia temos uma
novidade e uma discussão acalorada a respeito da tecnologia.
“Estamos cada vez mais expostos
a algoritmos e outros recursos para rastrear a psicologia do consumidor,
oferecer produtos mais focados, por exemplo”, explica o professor Cau.
Mas o tema não se encerra aí.
Nos últimos dois anos tivemos episódios sérios de espionagem a autoridades como
Dilma Rousseff e Angela Merkel, chanceler da Alemanha, que chegaram a
estremecer a relação dos dois países com os Estados Unidos.
Em outro episódio recente,
tivemos a suspensão dos serviços do aplicativo WhatsApp, largamente utilizado
pelos brasileiros, por um juiz de Sergipe. Como isso fere o marco regulatório
da internet no Brasil, que é citado como referência no mundo todo?
Tudo isso revela que as redes
ainda são um terreno nebuloso. As regras do mundo “cívico” real também devem se
aplicar ao mundo virtual? A equivalência deve ser a mesma? Como as leis para as
tecnologias de informação estão sendo moldadas? Como punir ações de
cyberbullying e vazamento de fotos íntimas?
3. A intolerância religiosa
O Brasil é oficialmente um
Estado Laico. Em sua Constituição, defende a liberdade religiosa de todos os
cidadãos. Mas o que se vê na prática é o crescimento do poder religioso cristão
na esfera política, provocando intervenções que podem ter consequências sérias
para a sociedade brasileira.
O ataque às religiões de matriz
africana são o maior exemplo disso. O não reconhecimento de outros grupos, a
própria questão do conceito de família (citado mais acima), a legalização do
aborto, a descriminalização das drogas, tudo passa pelo debate religioso no
País.
A intolerância tem crescido nos
últimos anos, é fato. O Brasil, que sempre foi um país com imensa diversidade
cultural, agora precisa lutar contra a interferência de dogmas religiosos em
questões que envolvem saúde pública, organização social, adoção de crianças e
união homoafetiva.
Por outro lado, o País tem
vivenciado uma expansão de outras crenças (e não crenças). Cresce o número de
ateus ou de adeptos de outras religiões, como o budismo.
Nesta questão você tem que ser
bastante cauteloso. Independentemente da sua religião, é preciso tratar o tema
com um certo distanciamento e respeitar a diversidade religiosa brasileira.
Tentar impor seus argumentos
com base no que diz a Bíblia, por exemplo, vai render uma nota baixa. Lembre-se
sempre que o Enem exige respeito aos Direitos Humanos e não vai admitir o uso
de referências condenando grupos sociais que não seguem a sua religião.
4. Os caminhos da sociedade
Mais do que nunca, o que vem
acontecendo nos últimos anos no Brasil exige uma reflexão sobre as nossas
práticas sociais. Condenamos a corrupção na esfera política, mas tentamos
subornar o guarda a não aplicar multas, tentamos arranjar um jeitinho de furar
a fila, de conseguir esse ou aquele benefício burlando as regras.
Ou seja: precisamos
urgentemente refletir sobre aquilo que consideramos normal mas, na prática, é
um equívoco. Temos uma sociedade que hoje cresceu muito voltada para o
interesse particular - tanto na política como na esfera pública.
O melhor exemplo disso é a
questão da mobilidade urbana. Por que tanta gente critica o fato do transporte
público ter tirado espaço dos carros nas ruas? Por que a criação de ciclovias
tem gerado tanta polêmica?
Por que a diminuição da
velocidade nas vias urbanas provoca revolta? Todas são ações voltadas para o
coletivo e é fato que a maioria dos brasileiros ainda tem dificuldade de
entender esse conceito - “pode ser bom na Europa, mas aqui a história é outra”.
Por outro lado, vemos uma
tentativa de estímulo à apropriação dos espaços públicos. A retomada dos
carnavais como festa de rua nas grandes capitais brasileiras, a valorização dos
parques urbanos e a criação de novos espaços de convivência são ainda ações
tímidas, porém relevantes, de democratização do nosso modo de vida.
Dicas importantes para fazer uma boa redação no
Enem 2016
A redação do Enem fala de temas
atuais e contemporâneos, explica o professor Cláudio Cau, mas é preciso
respeitar o tempo em que a prova é elaborada.
O Enem normalmente está pronto
até pouco depois do meio do ano.
“Provavelmente o tema da
redação de 2016 deve ser inspirado em acontecimentos do primeiro semestre ou
de, no máximo, dois anos atrás”, explica o professor.
Fora isso, fique atento aos quesitos que serão
avaliados no seu texto:
Domínio da língua:
Mostrar que conhece bem a
escrita formal da Língua Portuguesa.
Desenvolvimento do tema:
Provar que compreendeu a
proposta de redação e aplicar conceitos das varias áreas de conhecimento no
desenvolvimento do tema, dentro dos formato de redação proposto pelo Enem:
dissertativo-argumentativo em prosa.
Aprofundamento do tema:
Aprofundamento do tema:
Relacionar informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Articulação:
Articulação:
Demonstrar que sabe escrever e
usar recursos para a construção da argumentação.
Correlação e finalização:
Correlação e finalização:
Elaborar uma proposta de
intervenção social para o tema, respeitando os Direitos Humanos.
Confira algumas faculdades reconhecidas pelo MEC que aceitam a nota do ENEM como vestibular:
Confira algumas faculdades reconhecidas pelo MEC que aceitam a nota do ENEM como vestibular:
-Centro
Educacional Anhanguera (ANHANGUERA)
-Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)
-Universidade de Franca (UNIFRAN)
-Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
-Faculdade Nordeste (FANOR | DeVry) - em Fortaleza
-Faculdade Boa Viagem (FBV | DeVry) - em Recife
-Faculdade Ruy Barbosa (Ruy Barbosa | DeVry) - em Salvador
-Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL)
-Universidade de Franca (UNIFRAN)
-Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
-Faculdade Nordeste (FANOR | DeVry) - em Fortaleza
-Faculdade Boa Viagem (FBV | DeVry) - em Recife
-Faculdade Ruy Barbosa (Ruy Barbosa | DeVry) - em Salvador
Foto: Leonardo Benassatto/Futura Press.
Site Yahoo Brasil.
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