Evite os sete maiores erros no combate à obesidade.
Ignorar as calorias totais da dieta
A obesidade é uma doença relacionada a muitas causas e, por isso
mesmo, de tratamento lento e multidisciplinar.
A obesidade pode estar ligada a distúrbios alimentares, ao
sedentarismo, a disfunções hormonais e, por trás disso tudo ainda, à herança
genética.
Um time de educadores físicos, nutricionistas, psicólogos e
endocrinologistas forma a melhor equipe para dar um fim nos quilos a mais.
De acordo com o endocrinologista Amélio Godoy Matos,
ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e
da Associação para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), a
maior parte dos tratamentos inclui um arsenal de remédios, já que são poucos os
casos em que o paciente consegue reverter o problema apenas com disciplina.
"Isso não significa, entretanto, que o uso de remédios
dispense a adoção de hábitos saudáveis", explica. E está aí um dos
principais nós relacionados ao controle de peso: muita gente acha que basta
controlar a medicação para que os quilos comecem a desaparecer.
"Quando isso não acontece, vem a frustração e o abandono
das consultas", aponta. O erro é comum, mas não o único. Se você já tentou
emagrecer e não alcançou sua meta, veja os principais erros, apontados por
especialistas, no tratamento da obesidade:
"A alimentação desequilibrada é um dos principais fatores
relacionados à obesidade", afirma a educadora física e doutoranda em
nutrição Ana Dâmaso, coordenadora do Grupo de Estudo da Obesidade (GEO) da
Unifesp.
Segundo ela, quando este fator está associado ao excesso de
peso, tona-se necessária a reeducação alimentar. Tudo começa estabelecendo um
limite máximo de calorias que podem ser consumidas diariamente.
"Uma pessoa acima do peso provavelmente ingere muito mais
calorias do que seu metabolismo é capaz de queimar", afirma a
especialista.
Para isso,
procure um bom nutricionista que possa elaborar um cardápio individual.
Fazer escolhas pouco saudáveis à mesa
Bobagem ficar dentro das calorias previstas para o dia se os
alimentos que você consome têm valor nutricional nulo. De acordo com a
educadora física Ana, gorduras e açúcares são os grupos de alimentos mais
presentes na alimentação do paciente com obesidade.
Aprender a montar um prato colorido com muitas frutas, legumes e
verduras, e uma parcela menor de carboidratos e proteínas, faz parte da
reeducação alimentar. "Com o tempo, os pacientes percebem que não é
preciso passar fome ou comer alimentos sem graça para perder peso",
explica.
Manter o sedentarismo
"Exercícios físicos são uma das principais estratégias
terapêuticas não medicamentosas para combater a obesidade", diz a
educadora física Ana. Segundo a especialista, atualmente exercícios valem por
remédio.
O método mais eficaz para perder peso é combinar exercícios
aeróbios, como a caminhada, com exercícios resistidos, com a musculação.
"Juntos, eles não só combatem a obesidade, como ainda
ajudam no controle da síndrome metabólica e da esteatose hepática não alcoólica
(acúmulo de gordura no fígado)", explica.
Antes de iniciar o treino, procure um profissional para não
realizar movimentos incorretos ou exagerar na dose, o que pode gerar lesões.
Perder o controle da ansiedade
A obesidade é uma doença multifatorial e, na maior parte dos
casos, está ligada a disfunções emocionais. "Grande parte dos pacientes
sofre de ansiedade, estresse e outros problemas que podem levar à compulsão
alimentar, por exemplo", afirma o endocrinologista Marcos Antonio
Tambascia, professor da Unicamp.
Por isso, incluir um terapeuta comportamental no tratamento da
obesidade pode ser fundamental para alcançar o sucesso.
Adotar outros hábitos prejudiciais
"Principalmente pacientes que foram submetidos à cirurgia
bariátrica são mais propensos a adotar outros hábitos prejudiciais para
compensar o prazer que deixaram de ter por não poder comer
compulsivamente", afirma o endocrinologista Marcos.
Segundo ele, é comum pacientes começarem a fumar e beber ao
tentar seguir uma alimentação saudável. Por outro lado, alguns pacientes se
sentem estimulados a mudar completamente de vida quando dão início ao
tratamento da obesidade.
Assim, começam a praticar exercícios, investem na reeducação
alimentar e, de quebra, ainda adotam outros hábitos saudáveis como medida de
prevenção da saúde.
Retomar os erros após a perda de peso
O paciente com tendência a ter obesidade não pode vacilar.
Hábitos saudáveis adotados para perder peso devem ser mantidos mesmo após
alcançar a meta. "Muitos pacientes acabam retomando os quilos perdidos
porque deixam a disciplina de lado com o tempo", diz o endocrinologista
Marcos.
Segundo ele, comer bem, praticar exercícios e fazer check-ups no
médico regularmente deveriam ser regra na vida de todas as pessoas durante a
vida inteira. No caso de pessoas com tendência a desenvolver a doença,
entretanto, a medida se torna ainda mais relevante e não segui-la pode trazer
consequências mais imediatas, como a desnutrição e a volta da obesidade.
Resistir a tratamentos mais agressivos
"A cirurgia bariátrica nunca é a primeira opção de
tratamento para pessoas com obesidade", afirma o endocrinologista Marcos.
Mas indivíduos com índice de massa corpórea (IMC) maior do que 40 ou com IMC
maior do que 30 e tendência a desenvolver doenças associadas à obesidade, como
o diabetes, geralmente recebem indicação para a intervenção cirúrgica.
Isso porque, neste caso, a necessidade de perder peso é
imediata. Além disso, disciplina para mudar hábitos de vida nem sempre é o
suficiente para vencer essa doença crônica. Por isso, o acompanhamento médico é
fundamental.
© Getty
Images. Portal MSN.
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