Medo do sucesso.
Existe uma lista de medos famosos: de altura, de lugar fechado, de multidão, de assalto, de casamento, de solidão, de vexame, de vírus, de bactérias, de doenças. E o mais popular de todos, o medo de morrer.
 também um medo comum para 99% dos seres humanos, o de fracassar. Traduzindo: abrir um negócio e ir à falência. Amar uma atividade e não conseguir entrar na área. Trabalhar a vida inteira e findar-se sem tostão. E segue uma enorme fila.
Sem falar nos medos emocionais: levar um fora de quem estamos apaixonados, trair, ser traído, não ser admirado pela mãe ou pelo pai, acovardar-se diante de uma situação que exija coragem, ser mal interpretado, ser desvalorizado.
O imenso Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) escreveu um poema intitulado Congresso Internacional do Medo. Os dois versos finais dizem o seguinte: "Depois morreremos de medo / e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas".
Agora tem um tipo de pavor pouco cantado em prosa e verso. No entanto real: o medo do sucesso. O temor de dar certo! O medo de emplacarmos no negócio, no serviço, na ideia, no relacionamento amoroso.
Quando as coisas saem bem, perdemos a condição de vítimas, ou de choramingas. É muito difícil viver sem reclamar! Viver sem culpar o colega, o chefe, o cliente, o destino. É verdade que há uma outra razão forte para temer o sucesso, a de que ele não dure.
Mas o sucesso, como tudo na vida, é sempre momentâneo. Porém isso não deve nos impedir de celebrá-lo. Sair-se bem é também uma oportunidade de acreditarmos que podemos ir mais fundo e mais longe.
Outra dificuldade é encarar a responsabilidade quando algo finalmente tem excelência. Escrever o segundo texto depois que o primeiro foi publicado. Ter a próxima boa ideia depois que a primeira mereceu aplausos.
Alguém, sábio, disse: Quanto maior o talento, maior o trabalho. Trilhando esse caminho, o sucesso é realmente apavorante. Quase um filme de terror. Pois significa que você terá que se comprometer ainda mais, e fazer melhor o que já faz bem.
* iPhonografia: Régine Ferrandis, de Paris.
Por Fernanda Pompeu | Mente Aberta.

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