O mal-estar que você sente após comer pão pode não ser culpa do
glúten.
Pão, macarrão e até a cerveja já foram excluídos do cardápio de
muitas pessoas por causarem sintomas como dores de cabeça, no abdômen, nas
articulações e manchas na pele. O suspeito de causar tudo isso? O glúten.
Mas aí, ao fazerem exames para saber se tinham doença celíaca,
alguns desses pacientes descobriram que não têm essa condição.
É o seu caso? Calma,
A ciência
pode ter acabado de descobrir o que está por trás disso.
Em um estudo apresentado no congresso UEG Week, o mais
prestigiado encontro de gastrenterologia da Europa, pesquisadores da
Universidade Johannes Gutenberg, na Alemanha, anunciariam uma descoberta
curiosa: um grupo de proteínas do trigo chamado inibidores amilase-tripsina
(ATI, na sigla em inglês) - do qual o glúten não faz parte - é capaz de
desencadear uma série de processos inflamatórios no organismo, entre eles a
sensibilidade ao glúten não celíaca.
Nessa condição, a pessoa apresenta todos os sintomas da doença
celíaca, mas não tem, de fato, o problema.
E não é só
no intestino que essas proteínas causam efeitos negativos.
"Nós demonstramos que as ATIs do trigo ativam células
imunes específicas no intestino e em outros tecidos, potencializando, assim, os
sintomas de doenças inflamatórias pré-existentes", relata o líder da
pesquisa, Detlef Schuppan.
Na investigação, Schuppan e sua equipe notaram que o consumo
dessas estruturas proteicas abre portas também para inflamações nos gânglios
linfáticos, nos rins, no baço e até no cérebro.
Com isso, os sintomas de doenças como artrite reumatoide,
esclerose múltipla, asma e lúpus pioram.
Agora novos estudos serão feitos para entender a ação das ATIs
com mais detalhes. "Esperamos que essa pesquisa nos permita recomendar, no
futuro, uma dieta livre de ATI para ajudar a tratar desordens imunológicas sérias",
comenta Detlef Schuppan. Tomara que esse dia chegue logo, não é mesmo?
©
radu984/Thinkstock/Getty Images Pão cortado na tábua.
Portal MSN.
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