Desemprego: o que fazer antes e depois dele bater na sua porta.
O que fazer antes e depois dele bater na sua porta.
Hoje vamos tratar de um assunto importante: o que fazer antes e depois de perder o emprego.
Apesar de o desemprego ser algo que aterroriza muita gente, há algumas coisas que você pode fazer para se precaver, e algumas ações para tomar logo após uma demissão. Vamos explorar um pouco de cada coisa.
Ainda estou empregado
Ótimo! Nesse caso você está com seu fluxo financeiro funcionando. Como não sabemos sobre o dia de amanhã, é importante que você tenha um plano pronto para o caso do desemprego bater na sua porta.
A saída é montar uma reserva de emergência destinada a um possível período sem renda. Os valores e períodos que vou apresentar dizem respeito à minha visão do assunto.
Então, se você for mais conservador ou mais arrojado, faça os ajustes conforme desejar.
Sugiro que essa reserva financeira seja de 12x o valor da sua renda líquida (que é o salário que cai na sua conta, já descontados os impostos e outros custos retidos na fonte).
Para montar esse fundo de reserva, não há segredos. Você tem que poupar todos os meses. É aquela regrinha básica da educação financeira: sempre viver com menos do que se ganha, e investir uma parcela da renda.
Prefira investimentos conservadores e que possuam liquidez. Os títulos do Tesouro Direto são excelentes, e o material recomendado abaixo poderá te ensinar muito sobre isso.
O conceito também vale para o empreendedor, para um autônomo, profissional liberal, etc. Afinal, sazonalidades podem acontecer em qualquer ramo de negócio e também as rupturas tecnológicas.
Aliás, fique atento se seu negócio não está sob a ameaça de novas tecnologias. Por exemplo, depois do Netflix, ficou difícil manter uma locadora de filmes gerando lucros.
E não adianta reclamar, pois a tecnologia veio para ficar e cada vez mais irá transformar a experiência de consumo.
Acabo de ser demitido e tenho reservas financeiras
Se você montou seu fundo de reserva para emergências, agora terá cerca de 1 ano para obter renda novamente. Ao montar esta reserva, o que fez foi comprar um pouco de tranquilidade.
Agora você pode pensar com calma sobre o que irá fazer, caso seja demitido.
Encare a tarefa de procurar novas fontes de renda como sendo o seu “trabalho”. Sugiro que divida este tempo de trabalho em três partes:
1) Faça contatos com amigos que possam te ajudar com sua recolocação profissional. Um dos ativos mais valiosos que temos são os contatos, o famoso “networking”.
Se ele foi bem cultivado, agora é a hora de utilizá-lo como uma ferramenta auxiliar neste processo.
2) Estude a possibilidade de gerar renda por conta própria. Pense em suas habilidades e reflita com franqueza se elas estão associadas a alguma atividade que você possa desenvolver e que gere renda.
Não adianta você gostar de uma coisa que não gere valor para a sociedade. Lembre-se, o objetivo é conseguir fazer dinheiro suficiente com isso.
3) Leia livros sobre vendas, marketing, negócios em geral, relacionamentos interpessoais e finanças pessoais. Estas são matérias que geralmente não são ensinadas nas escolas, e quando são, refletem pouco a realidade. São assuntos universais e que serão úteis e aplicáveis para toda a sua vida.
Acabo de ser demitido e não tenho reservas financeiras
Se você não fez o dever de casa e não tem um fundo de reserva, o nível de tensão será maior. Verifique se possui bens que possam ser vendidos para convertê-los em dinheiro para você criar sua reserva imediatamente.
O carro pode ser um desses itens. A não ser que você esteja pensado em usar seu carro para gerar renda com outro trabalho imediato, a melhor coisa a fazer é vendê-lo.
Além de estancar custos recorrentes com depreciação, manutenção, seguros e impostos, você terá dinheiro vivo para as despesas imediatas da casa que, aliás, precisarão ser reduzidas ao máximo.
Acredite, você e sua família vão sobreviver sem ele. Caminhar faz bem, e utilizar transporte de terceiros, seja público ou privado, não é nada de outro mundo. Em alguns casos é menos confortável, mas é melhor do que a falta de dinheiro para outras coisas mais básicas.
Se o imóvel que você mora é seu, também recomendo que avalie vendê-lo. Sei que isso “machuca” os pensamentos de muita gente, mas lembre-se que um aluguel custa no máximo 0,5% do valor de um imóvel.
Sua venda levantará uma quantidade maior de dinheiro, que será suficiente para uma boa reserva financeira. Depois que a “tempestade” passar, você e sua família pensarão com calma se vão comprar outro imóvel ou não, pois muita gente já percebeu que morar de aluguel pode ser muito melhor.
A maioria das pessoas nessa situação termina fazendo dívidas para manter o padrão de vida. Este é um caminho perigoso, pois além de não ter dinheiro, você passar a estar com saldo “negativo”. Esse pode ser o início da rota de falência.
Eu prefiro me desfazer de bens para transformá-los em dinheiro do que me endividar. Mas, se você preferir os empréstimos, considere aqueles em que você pode dar seu imóvel como garantia, pois as taxas de juros são muito menores.
Acabo de ser demitido, não tenho bens nem reservas financeiras  
Neste caso o nível de tensão será alto. Não restam alternativas a não ser procurar a casa de um familiar ou amigo para morar, pois possivelmente você não terá como pagar o aluguel.
Aproveite para aconselhar-se com pessoas de sua confiança e que entendam um pouco de finanças, pois é necessário compreender os motivos de você trabalhar e não conseguir gerar patrimônio.
Ou a renda é baixa demais, e nesse caso é necessário investir em conhecimentos para aumentar sua renda (livros são muito baratos e em alguns casos gratuitos); ou a educação financeira é inexistente ao ponto de se gastar tudo o que ganha.
Não há fórmulas mágicas para sair dessa situação. Dependerá de muita humildade e esforço para aprender coisas novas e desenvolver melhores hábitos ao cuidar do seu dinheiro.
Conclusão
Prevenir será sempre melhor do que remediar. Para você, que ainda está empregado, antecipe-se, pense em formas alternativas de renda, ou dedique tempo para aprender mais sobre investimentos no mercado financeiro.
O importante é encontrar formas de multiplicar seu patrimônio nos tempos de “vacas gordas”, para estar tranquilo nos tempos de escassez. O desemprego costuma atingir a maioria das pessoas em algum momento da vida, mas só causam estragos para os desprevenidos.
Faça sua parte! Dedique tempo para cuidar de seus recursos financeiros, pois eles impactam direta e indiretamente em várias esferas de sua vida. Um abraço e até a próxima!
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Este artigo foi escrito por Giovanni Coutinho.
Gerente de Conteúdos do Dinheirama e praticante da educação financeira como estilo de vida. Trabalhou por 18 anos com tecnologias da informação e comunicação nas áreas de operação, marketing e vendas. Engenheiro pelo INATEL, possui pós-graduações em Administração e Economia Financeira pela Unicamp.
Giovanni Coutinho
Portal MSN.

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