Internet vira ferramenta para contornar a crise.
Estudo mostra uso da rede para achar emprego, complementar renda e economizar nas compras.
Flexível.
Internet permite operar fora do horário comercial, diz Vilar - O Globo / Marcos Alves
SÃO PAULO - Em tempos de desemprego e recessão, a internet se tornou uma ferramenta essencial para buscar uma nova colocação no mercado, complementar a renda ou pesquisar preços. Essas são as principais conclusões de um estudo inédito feito pelo Instituto Locomotiva no fim do ano passado.
A pesquisa aponta que 23,6 milhões de brasileiros usaram a internet para procurar emprego no último ano, de um universo de 76 milhões de internautas ativos no país.
O estudo mostra ainda que 79% tomaram alguma medida para aumentar sua renda e 91% adotaram alguma prática para economizar, como pesquisar preços.
— Na crise, as pessoas não contam com o governo ou com mais ninguém. Só consigo mesmas. E descobriram na internet uma forma de emponderamento neste momento difícil — afirma Renato Meirelles, presidente do Locomotiva e coordenador da pesquisa, que entrevistou 1.907 pessoas em 75 municípios.
Com 49 anos, o representante comercial Cesar Nitão considerava-se um “dinossauro da internet” há alguns anos. Hoje, participa de dez grupos de WhatsApp que divulgam vagas de emprego e cadastrou-se em uma rede social focada em discussões de carreira e trabalho.
Pesquisa do site Jobvite, especializado em busca de candidatos para vagas de empregos, mostra que, em 2016, 13% das empresas disseram ter usado o Twitter para encontrar talentos. Multinacionais como Disney, Starbucks e L’Oréal já usam recursos específicos do microblog para anunciar vagas e atrair candidatos em diferentes regiões do planeta.
Autor do livro “Buscando emprego nas redes sociais para leigos”, o americano Joshua Waldman diz na obra que as empresas tentam observar a criatividade e a personalidade dos candidatos pelas redes sociais.
Esses atributos, escreve o autor, não transparecem em um currículo ou carta de apresentação formais. Por isso, conclui, é preciso demonstrar uso inteligente das redes sociais.
Entre quem usou a rede para complementar a renda, 11,2 milhões venderam algo, seja abrindo um negócio ou negociando objetos que não são mais usados.
O publicitário Marcio Vilar tinha como hobby montar terrários e pequenos vasos com suculentas. Há um ano e meio, usou a internet para transformar o lazer em negócio e complementar a renda. Ele e duas sócias criaram a Oito Minhocas e passaram a oferecer as plantas na plataforma de vendas Elo7.
— É um negócio que complementa a minha renda e permite que eu continue trabalhando com publicidade. A internet dá a liberdade de atender os clientes fora do horário convencional — conta Vilar.
POR JOÃO SORIMA NETO
Jornal O GLOBO online.

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