Para dominar seu bolso é
preciso primeiro dominar sua mente.
É interessante como treinamos nossas mentes ao
longo da vida para aceitar certas coisas que, se usássemos lógica simples,
jamais aprovaríamos. E quando o assunto é dinheiro, esse terreno fica ainda
mais nebuloso.
Escolhas contraditórias baseadas em valor
Julgar e ser julgado é algo comum no cotidiano de
todo mundo. Não é muito saudável, sobretudo para quem julga, mas é da natureza
humana dentro do contexto social em que vivemos.
Seria bom julgar
menos? Seria. Mas, a realidade está muito longe disso.
Sempre me deparo com esse tipo de escolha estranha
das pessoas com quem convivo e elas também devem pensar isso de mim. Coisas
como, comprar um relógio de R$ 7 mil, mas reclamar que não tem dinheiro para
fazer os armários da cozinha.
Falar que acha muito caro o ingresso dos musicais
em Nova Iorque, mas se hospeda em um hotel de USD 800 por noite. Os exemplos
são múltiplos e variados e sempre caímos no mesmo fato: valor.
Há certas coisas que tem valor para uma pessoa, mas
não tem valor para a outra, e isso nada tem a ver com o preço. E aqui a lógica
não entra e raramente vai entrar: estamos falando, basicamente, de gosto
(aquele que não se discute, se lamenta).
Escolha ilógicas
Entretanto, existem escolhas que nada tem a ver com
gosto ou valor, e sim com lógica. E quando se trata de dinheiro e
investimentos, as coisas mais bizarras acontecem.
Por exemplo, ter um educador financeiro na família,
curtir, compartilhar e comentar seus textos, mas continuar com muito dinheiro
na poupança…
Os exemplos são muitos. Pessoas que me falam que
não podem imaginar perder R$ 20 mil na bolsa, por mais que eu explique que só
perde se os ativos daquela boa empresa forem vendidos. Do contrário as ações
tendem a se valorizar novamente, além de pagarem dividendos.
Porém, essas mesmas pessoas não tem problema nenhum
em jogar essa mesma quantidade de dinheiro, literalmente no lixo, na compra de
um carro.
Por mais que se fale: “segure, não venda as
ações ou saia desse investimento agora, você vai se arrepender e perder
dinheiro“, não tem jeito. Fulano vai lá, realiza o prejuízo e depois diz
que “bolsa é cassino, coisa do capiroto, e ele nunca mais vai ser enganado“.
A culpa é da bolsa?
Do outro lado, o mesmo fulano não se importa em
segurar um imóvel 10 anos, para esperar se valorizar, pagando IPTU, condomínio
e outras despesas, sem jamais fazer as contas e concluir que não ganhou quase
nada (ou até perdeu).
Conclusão
Quando o assunto é dinheiro, a razão tem um papel
fundamental. Por mais que todos sejamos suscetíveis às nossas emoções, é bom
treinarmos a razão para dominar a fera.
Grandes investidores e os bilionários sabem disso
como ninguém. São emocionais, não tenha dúvida, mas sabem o custo disso.
Quanto mais simples e lógico for seu raciocínio
financeiro, maior seu resultado no final das contas. Pare e pense: será que
suas emoções o estão afastando da sonhada “independência financeira”?
Lógica e razão, use-as sem moderação. Vida plena e
próspera, caro leitor. Aproveite o fim de semana. Um abraço!
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Este
artigo foi escrito por Renato De Vuono.
Apaixonado
por se comunicar e ajudar pessoas, acredita na educação financeira como
instrumento transformador. Está estudando Psicanálise Clínica e Psicoterapia
para entender como as emoções afetam a razão e as decisões. Formado em
Comunicação Social pela ESAMC de Campinas. Foi fundador/idealizador, sócio e
diretor financeiro da WEME/Galileo. Idealizador e fundador do site Café com Finanças.
Este
artigo apareceu originalmente no site Dinheirama.
Portal
MSN.
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