Pré-fixados: rentabilidade fixa, independente
da variação dos juros;
- Pós-fixados: rentabilidade varia, acompanhando
a variação dos juros;
- Mistos: possuem uma parcela pré e outra
pós-fixada.
Dessa forma, como estamos dando ênfase para os
títulos públicos, é importante reforçar que esse movimento de queda de juros
gera variações na rentabilidade de todos eles (ela cai).
No entanto, essa variação de rentabilidade é
diferente para quem está comprando um título agora e para quem já estava de
posse de um título antes de os juros iniciarem a trajetória de queda. Vamos
analisar caso a caso.
Tesouro Selic
Como ele é um título 100% pós-fixado, se você já
tinha esse título na sua carteira ou pretende comprar de hoje em diante, a
rentabilidade irá acompanhar a taxa Selic. Simples assim.
Tesouro Pré-fixado
Como ele é um título 100% pré-fixado, se você já
tinha comprado um título desses bem antes da queda dos juros, você conseguiu
garantir uma rentabilidade que provavelmente ficará maior que a própria Selic
em algum momento (talvez isso já esteja acontecendo).
Houve momentos no ano de 2015, no ápice da crise e
dos juros altos, que foi possível comprar Tesouro Pré-fixado pagando próximo de
17% ao ano de juros. Excelente! No momento em que escrevo, eles estão pagando
algo próximo de 11% ao ano.
Na medida em que continue o movimento de queda da
taxa de juros, a rentabilidade desse título, para quem ainda for comprar,
deverá ser menor. Para quem já o tem em mãos, nada muda. Vale a rentabilidade
que você garantiu quando comprou.
Tesouro IPCA
Como ele é um título misto, que contém um
componente pré-fixado (juros fixos ao ano) e um componente pós-fixado (variação
da inflação medida pelo IPCA), ele também vai sofrer variações em sua
rentabilidade em função da taxa de juros.
Em termos bem simples e didáticos, o Copom decide
alterar a taxa de juros na medida em que vai observando o comportamento da
economia, a expectativa dos investidores e quando percebe que a inflação
também está se movimentando.
Com a inflação em alta, os juros são elevados para
conter a atividade econômica e “segurar” os preços. À medida em que a inflação
diminui, como é o caso dos últimos meses, o Copom reduz os juros para reativar
a economia.
A isto se chama instrumento de política monetária,
o que por consequência afeta a rentabilidade do Tesouro IPCA.
Daqui em diante, o raciocínio é similar ao dos
títulos pré-fixados, que descrevi do item anterior. Já tivemos também em 2015
títulos Tesouro IPCA pagando cerca de 7% + IPCA. No momento em que escrevo,
estão pagando algo próximo de 5,6% + IPCA.
Rentabilidade real é o que importa
Aqui
temos o conceito mais importante para você compreender. Quando investimos,
buscamos dois objetivos principais:
- Proteger o poder de compra do dinheiro;
- Obter lucros reais para aumentar nosso
patrimônio.
Dessa forma, qualquer investimento com
rentabilidade acima da inflação terá cumprido com nosso primeiro objetivo.
Aquilo que ultrapassar esse ponto será o lucro real para fazer nosso patrimônio
crescer.
Assim, você não deve ficar preocupado pelo fato de
a taxa de juros estar caindo. O que merece sua atenção e cuidados é a decisão
de manter rentabilidade real positiva nos seus investimentos.
Para 2017, se considerarmos uma taxa Selic média de
12% e a inflação na casa dos 5%, teremos uma rentabilidade real de 6,67% no
ano.
Veja que apesar da queda nos juros, a rentabilidade
real poderá ser maior, pois a inflação também está caindo, e num ritmo
provavelmente maior que a própria Selic.
Conclusão
Não há motivos para você ser preocupar com a queda
de juros, desde que você compreenda estes mecanismos e principalmente o
conceito de juros reais.
Ainda
que a rentabilidade real de seus investimentos em Renda Fixa venha a diminuir,
existem várias outras formas de você multiplicar seu patrimônio, como a bolsa
de valores, os investimentos-anjo, os negócios próprios e assim por diante.
Importante também é você sempre investir no melhor
ativo de todos: o seu conhecimento. Só assim você será livre para tomar
decisões acertadas, sem depender dos outros ou de informações duvidosas. Deixo
um forte abraço e desejo ótimos investimentos!
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Este
artigo foi escrito por Conrado Navarro.
Educador
financeiro, tem MBA em Finanças pela UNIFEI. Sócio-fundador do Dinheirama,
autor dos livros "Dinheiro é um Santo Remédio" (Ed. Gente), “Vamos
falar de dinheiro?” (Novatec) e "Dinheirama" (Blogbooks), autor do
blog "Você Mais Rico" do Portal EXAME e colunista da Revista
InfoMoney. No Twitter: @Navarro.
©
Fornecido por Dinheirama Educacional S.A. Este artigo apareceu originalmente no
site Dinheirama.
Portal
MSN.
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