Estresse pode ser herdado dos pais.
Que criança bonita! Tem os olhos da mãe, o nariz da avó e… o estresse do pai. É isso mesmo que você leu: o estresse pode ser herdado.
Biólogos da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, colocaram filhotes de lagarto em uma situação difícil que eles nunca haviam enfrentado na vida: um ataque de formigas lava-pés, cuja ferroada é dolorosa.
Outro grupo ficou no sofá descansando, para servir de referência. Todos esses répteis cresceram e, depois de adultos, foram submetidos novamente ao ataque. Conclusão? Os animais atacados na infância não reagiram de maneira mais intensa que o normal à ameaça só porque ela já era conhecida. Ninguém ficou traumatizado.
Foi uma outra variação nos resultados que surpreendeu os pesquisadores. Alguns dos bebês répteis eram descendentes de uma colônia de lagartos que é atacada pelos insetos há pelo menos 30 gerações. Outros eram de famílias que nunca tinham tido contato com as formigas.
E isso sim fez diferença: foram os filhos de pais traumatizados que reagiram muito mais intensamente à ameaça, mesmo que não tivessem experiência particular com ela.
Em outras palavras: o estresse transmitido pelos pais foi maior e mais influente que o estresse que surge durante a própria vida.
“Quando os pesquisadores pensam na resposta de um organismo ao estresse, eles nem sempre consideram a experiência prévia com a situação estressante”, explicou Gail L. McCormick, uma das autoras do estudo, ao Psypost.org.
“E quando ela é considerada, eles pensam na experiência do próprio indivíduo em seu tempo de vida, e não na de seus ancestrais.”
Segundo McCormick, ainda não há uma explicação definitiva para essa herança indesejável. Ela pode ter a ver com a seleção natural ou mesmo com epigenética – características adquiridas durante a vida que podem ser transmitidas de pai para filho, mas que não estão associadas a modificações no código genético.
A pesquisadora alerta que a influência relativa do histórico dos pais pode não se conservar de espécie para espécie. Em outras palavras, não há nada que comprove que o ser humano sofra do mesmo fenômeno dos lagartos.
De qualquer maneira, o estudo é um passo importante na compreensão do estresse, que antes era considerado um fenômeno individual.
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