CSI de verdade: DNA já ajuda a
polícia a prender bandidos.
Instituto de Pesquisa e Perícia Genética Forense, referência em todo o
Brasil, já solucionou cerca de mil casos, sendo 80 deles no município de
Niterói.
Roupas, pegadas e sangue. Essas podem ser algumas
pistas que ajudam diretamente a polícia na solução de muitos crimes.
Assim como no seriado americano Crime Scene
Investigation, mais conhecido como CSI, em que investigadores e peritos
trabalham procurando pequenas pistas para elucidar um crime, a Polícia Civil do
Rio de Janeiro dispõe desde o ano de 2005 de aparelhos de última geração e uma
equipe de 15 profissionais, entre eles biólogos, biomédicos e peritos que são
especialistas em desvendar crimes através de ácido desoxirribonucleico, mais
conhecido como DNA.
O Instituto de Pesquisa e Perícia em Genética
Forense (IPPGF) é referência no Brasil em qualidade na identificação e
elucidação de crimes. No instituto já foram solucionados aproximadamente mil
casos, sendo 80 em Niterói, São Gonçalo e Maricá.
“Nós fazemos a comparação dos DNAs relacionados a
crimes. Por exemplo, uma pessoa que desapareceu e o cadáver foi encontrado, a
gente faz a comparação do DNA da vítima com o da família para identificá-la.
Aqui nós também identificamos estupradores.
Colhemos o material na vítima e comparamos com o do suspeito, daí o resultado
aponta se ele é ou não o culpado”, disse o diretor do instituto, o biomédico e
doutor em ciência, Rodrigo Grazinoli Garrido.
Ele disse ainda que o procedimento técnico para a identificação do DNA é
muito complexo. Primeiro é extraído o material tanto da vítima quanto da
família, chamada de referência, posteriormente é extraído o DNA, que pode ser
tirado tanto de um pedaço de osso ou de material bucal.
“A gente pega o material, extrai o DNA e amplia. Essa ampliação recebe o
nome de Reação em Cadeia da Polimerase. Daí colocamos o material no
sequenciador para separar o fragmento do DNA e essa separação dá um resultado e
esse resultado vai nos ajudar na comparação”.
A bióloga Sandra Fernanda, 50 anos, disse que o exame é feito quantas
vezes for preciso.
“Podemos multiplicar esses DNAs quantas vezes for preciso. Temos o
costume de executar o exame mais de uma vez para confirmar se a pessoa é ou não
a culpada de determinado crime. Não podemos errar”, disse.
De acordo com Rodrigo, o tempo para o resultado do
exame de DNA depende das condições em que o material colhido se encontra. Ele
explicou que quanto mais conservado estiver o local do crime ou os elementos
que o rodeiam, mais simples e certeiro será o resultado do exame.
“Chega para o instituto materiais muito sujos e
assim é complicado identificar o DNA. Imagina um cadáver que já está no
ambiente há um tempão ou exumado. O corpo ou o material nesse estado dificulta
muito e torna o nosso trabalho muito mais complexo”, disse Rodrigo que salienta
a importância de manter o local do crime intacto até a chegada da perícia.
“É importante tanto para as pessoas comuns quanto
aos policiais manter o local intacto até a chegada da perícia”.
Importância
De acordo com o delegado titular da Delegacia de
Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), Wellington Vieira, o trabalho dos
profissionais da polícia técnico-científica é de extrema importância.
“Quando temos vítimas que precisam de
identificação, o laboratório de análises é o que há de mais importante. Sem
eles, muitos crimes deixariam de ser solucionados”.
Segundo o biomédico, dois casos em especial
chamaram a atenção dos profissionais do instituto. O primeiro foi o caso do
padre Adelir de Carli, 42 anos, que foi encontrado morto em uma praia em
Maricá, em julho de 2008.
O padre que era de Paranaguá, região sul do País,
decidiu voar e se amarrou em mil balões.
O segundo caso foi a morte do adolescente Alexandre
Thomé Ivo Rajão, de 14 anos, que foi assassinado em São Gonçalo em junho de
2010.
O jovem tinha acabado de sair de uma festa com os
amigos quando foi assassinado. O corpo dele foi encontrado em um terreno no
Jardim Catarina.
“No caso do padre, identificamos o DNA no balão. Já
o caso do adolescente de São Gonçalo, infelizmente nós não conseguimos
identificar já que havia muito material misturado”, disse Rodrigo.
O FLUMINENSE. Por: Aline
Balbino.

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