Estados e
prefeituras começam a se articular para evitar decretação de greves regionais.
Rio -
A decisão Superior Tribunal de Justiça (STJ) de autorizar o corte de ponto dos
servidores federais em greve criou efeito dominó nas prefeituras e nos estados que
já buscam alternativas para impedir a deflagração de paralisações regionais.
Na
quinta-feira, por exemplo, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) concedeu liminar à Secretaria
Estadual de Educação,determinando que o Sindicato Estadual de Profissionais de
Educação do Rio (Sepe) retirasse de imediato do seu site a convocação para a paralisação de 24 horas
na rede, sob pena de multa de R$ 30 mil.
Policiais federais
promovem até quarta-feira operação-padrão no Terminal 1 do Aeroporto
Internacional Tom Jobim. Todos os passageiros vão ser revistados antes do embarque.
Regulamentação.
Para o
analista Político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap), Antônio Augusto de Queiroz, a guerra de liminares judiciais que
ora beneficia empregadores
e ora favorece servidores é provocada pela falta de regulamentação da greve no serviço
público.
“Seria
uma situação muito mais confortável para a sociedade se os servidores soubessem
quais são os seus direitos em um momento de paralisação.
E,
também, se os governos conhecessem quais são os seus limites em um período de
greve do funcionalismo público. Do jeito que está, as carreiras sofrem
atropelos por conta da falta de regulamentação. Todo o processo seria muito
mais claro”, argumenta Queiroz.
Em cima da hora
Em cima da hora
O
analista político aponta ainda que o governo tem parcela de culpa na onda de
greve dos servidores federais que, em algumas carreiras, já ultrapassou 80
dias. “Houve demora no anúncio da reserva orçamentária para despesa com pessoal
de 2013.
O
silêncio do governo soou como ausência de aumento no próximo ano, ocasionando
receio das carreiras e estimulando a greve como forma de pressionar a
presidência”, disse Antônio de Queiroz.
Ele
destaca que a intenção do governo é reduzir de 4,2% para 4,1% do PIB a
proporção dos gastos com pessoal em 2013: “Considerando a previsão de crescimento
de 4% no próximo ano, haveria reserva de R$ 15 bilhões, contudo, a proposta do
Palácio é gastar cerca de R$ 8 bilhões”.
Medidas
são classificadas como agressão à Constituição.
“É
óbvio que a decisão do STJ teria impacto no Estado e na Prefeitura do Rio. A
intenção é, desde agora, enfraquecer qualquer tentativa de greve por parte dos
professores. Defendemos que o Judiciário tenha o mesmo tratamento quando as
representações entram com pedidos de liminares, para que nossos direitos sejam
garantidos.
O tratamento
diferenciado fere a Constituição”, defende Alex Trentino, coordenador do Sepe.
O
presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros,
Vanderlei Ribeiro, reivindica que é necessário regulamentar a greve: “A
ausência de uma regra faz, por exemplo, militares serem expulsos por defender
aumento salarial”.
Jornal
O DIA online. POR ALESSANDRA
HORTO. | Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia.

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