Zika vírus e aquecimento global.
Como um problema ambiental pode influenciar o futuro de uma epidemia mundial.
Com uma epidemia que já atinge 23 países e previsões nada favoráveis para sua expansão, a Organização Mundial da Saúde(OMS) anunciou nesta quinta-feira (27) a criação de um Comitê de Emergência para tratar do zika vírus.
O ano de 2015 foi o mais quente já registrado, e cresce a preocupação de que o aquecimento global favoreça a proliferação do transmissor da doença, o mosquitoAedes aegypti.
O pesquisador e coordenador do Observatório Clima e Saúde, do Icict da Fiocruz, Christovam Barcellos afirma que o fenômeno ambiental altera as temperaturas encontradas nas diferentes épocas do ano, fato que deve alterar também a sazonalidade do mosquito.
A tendência é de um aumento dos períodos do ano que propiciam condições favoráveis à sua reprodução não apenas no Brasil, que já tem condições naturalmente favoráveis, mas em todo o mundo.
O monitoramento do Aedes aegypti já é realizado pela Fundação Oswaldo Cruz com o foco na transmissão da dengue. Porém, como o mosquito também é o responsável por transmitir o zika vírus, a trajetória das doenças tende a ser bastante similar.
A OMS afirmou que a situação do vírus é muito preocupante porque há possibilidade de disseminação global da doença, uma vez que o mosquito Aedes aegypti está presente em diversas partes do planeta. Além disso, condições climáticas impostas pelo fenômeno El Niñodevem aumentar a população do Aedes aegypti de maneira significativa neste ano.
No cenário nacional, com a aproximação de eventos que atraem milhares de pessoas ao país – Carnaval e Olimpíadas do Rio – Barcellos afirma que a atenção ao mosquito deve ser absoluta: “A hora de conter a expansão do vírus já passou, ele já está espalhado pelo mundo.
Agora o foco precisa ser no combate ao transmissor”. Assim como a dengue, o zika é transmitido pelo mosquito: se o inseto picar alguém infectado pelo vírus, ele poderá contaminar outras pessoas. Para conter a epidemia, é necessário atacar o Aedes aegypti.
O zika vírus ganhou atenção mundial pois está sendo associado ao aumento no número de casos de microcefalia no Brasil. Ainda que a relação entre o ele e o surto da malformação não tenha sido confirmada, a OMS diz que presta apoio aos países no controle da doença por meio de criação de laboratórios para a detecção do vírus, colaboração na remoção dos mosquitos e recomendações decuidados clínicos.
O mosquito Aedes aegypti é o transmissor da dengue, zika e chikungunya (Foto: Felipe Dana/AP)
Com edição de Liuca Yonaha. HELENA FONSECA.

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