Cérebro.
Novos
neurônios são criados durante a vida toda, diz estudo.
Pesquisa encontrou fortes evidências de que
neurônios presentes no cérebro de uma pessoa apresentam 'idades' diferentes.
Segundo o trabalho, todos os dias são formadas 1.400 novas células nervosas no
hipocampo.
Neurônios:
Cientistas suecos descobrem que cerca de um
terço dessas células nervosas se renovam frequentemente ao logno da vida.
A formação
— ou não — de neurônios no cérebro humano ao longo da vida é um assunto muito
discutido entre os neurocientistas.
Há
evidências de que novas células neuronais são geradas em algumas estruturas
cerebrais até a vida adulta, mas a frequência com que isso ocorre e a
importância desse processo, chamado neurogênese, dentro da fisiologia do
cérebro como um todo são temas ainda pouco compreendidos pela ciência.
Resultado:
Cerca de um terço dos neurorônios se renovam constantemente ao longo da
vida. Todos os dias, 700 novos neurônios são formados em cada hipocampo do
cérebro.
Agora, em um estudo publicado na revista científica Cell, pesquisadores revelam evidências diretas e
inéditas de que neurônios são formados continuamente ao longo da vida no
hipocampo, uma região do cérebro fortemente associada à memória e ao
aprendizado.
Mais especificamente, são cerca de 700 novos neurônios por dia em cada
hipocampo — o cérebro tem dois, um em cada hemisfério.
De acordo com a pesquisa, cerca de um terço dos neurônios são renováveis
e repostos regularmente, e o restante foi criado na fase fetal e, uma vez
morto, não é substituído.
Testes
nucleares
O estudo foi feito com cérebros congelados (doados após a morte) de
pessoas entre 19 e 92 anos, sob a coordenação de cientistas do Instituto
Karolinska, na Suécia.
Para determinar a idade dos neurônios e concluir em que momento da vida
eles foram gerados, utilizou-se uma técnica de datação de carbono semelhante à
que se usa na arqueologia e na paleontologia para datação de fósseis e objetos
antigos.
Os
cientistas mediram no DNA de cada neurônio a concentração de carbono-14, um
isótopo de carbono não radioativo.
Embora o carbono-14
ocorra naturalmente, os vários testes nucleares realizados durante a Guerra
Fria nas décadas de 1950 e 1960 aumentaram muito a sua concentração no meio
ambiente e no DNA de plantas e animais.
Por isso,
quando os pesquisadores compararam a concentração de carbono-14 nos neurônios
às concentrações presentes na atmosfera no passado, foi possível determinar em
que ano cada neurônio foi gerado.
Ou seja, a
concentração de carbono-14 serviu como marca para determinar a idade de um
neurônio. Se um neurônio “nasceu” em 1995, mas a pessoa nasceu em 1965, por
exemplo, isso significa que ele foi gerado na vida adulta.
O estudo
observou que, em um mesmo cérebro, havia neurônios com concentrações diferentes
– e, portanto, com idades diferentes, mostrando que uns foram gerados anos
antes do que outros.
“Algumas
células estão morrendo, outras sendo repostas. Há um constante fluxo de vida e
morte no nosso cérebro”, diz Kirsty Spalding, uma das autoras do estudo.
De acordo
com os autores, o próximo passo é tentar determinar a importância dessa
neurogênese nas funções cerebrais.
Segundo
cientistas, o fato de tantas células serem formadas continuamente sugere
fortemente que elas têm um papel importante na manutenção das funções
cognitivas do hipocampo ao longo da vida.
(Com
Estadão Conteúdo)
Revista VEJA
online. (Thinkstock).
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