Um Brasil amedrontado.
Pesquisa revela a insegurança dos moradores das grandes cidades.
Quase metade da população se sente insegura na cidade onde vive. Essa é uma das constatações da pesquisa “Caracterização da vitimização e do acesso à Justiça”, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira 15. São mais de 76,4 milhões de brasileiros (47,2% do total) que vivem com medo.
Um em cada cinco entrevistados afirmou não se sentir seguro nem mesmo em casa. No próprio bairro, o sentimento de insegurança atinge 32,9% dos habitantes.
Motivos para justificar o temor não faltam. Ao menos 11,9 milhões de brasileiros foram roubados ou furtados no último ano. O total corresponde a 7,3% da população com mais de 10 anos. A pesquisa revela ainda o descrédito das forças de segurança pública.
Somente 48,4% das vítimas de roubo e 37,7% dos alvos de furtos recorreram à polícia. Entre as razões mais citadas para não registrar queixas estão a ausência de provas e a percepção de que o problema não era importante para acionar a polícia.
Diante desse cenário, os brasileiros procuram utilizar meios próprios de proteção. Seis em cada dez residências possuem algum dispositivo de segurança. A instalação de grades em portas e janelas é o mecanismo mais popular, presente em 40,5% dos domicílios em áreas urbanas. Olho-mágico, interfone e correntes no trinco da porta estão instalados em 23,3% das casas.
O estudo indica ainda que mais de 12,6 milhões de brasileiros enfrentaram alguma situação de conflito. Pelos critérios da pesquisa, foram considerados quaisquer problemas de ordem trabalhista, familiar ou criminal.
Desse montante, nove em cada dez casos foram solucionados na Justiça. Já os juizados especiais, dedicados a casos de menor complexidade, resolveram apenas 12,4% dos conflitos.
Redação Carta Capital
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