BIOMASSA PODE IMPULSIONAR DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES POBRES.
Os países emergentes, Brasil inclusive, podem usar um recurso hoje negligenciado para lutar contra a pobreza, criar empregos, ser independentes do ponto de vista energético e ainda se adaptar às mudanças do clima.
O recurso que promete milagres é a biomassa, uma matéria orgânica de origem vegetal ou animal, usada para gerar energia. Em muitos casos, seu uso é criticado porque estimularia o desmatamento.
Para obter carvão vegetal ou madeira, é preciso cortar árvores. Mas um relatório publicado hoje pelo International Institute for Environment and Development (IIED) estimula as nações a tirarem proveito dos combustíveis de biomassa para avançar rumo às economias verdes.
Segundo uma previsão da Agência Internacional de Energia, a biomassa irá fornecer 30% da energia consumida no mundo até 2050 (hoje é responsável por só 10%).
 A energia de biomassa é altamente flexível e pode ser convertida em todos os vetores de energia (calor, eletricidade líquida e gás)
Significa que a fonte pode suprir diferentes demandas, como bombas de irrigação, iluminação, refrigeração para transporte e até telecomunicações.
Os países desenvolvidos olham para esta fonte de energia como oportunidade de negócio. Na Áustria, 80% das novas casas são equipadas com caldeiras a lenha. 
A Dinamarca planeja duplicar sua utilização de biomassa para se tornar neutra em carbono até 2050. Já as nações em desenvolvimento, diz o relatório, estão ficando para trás ao tratar da biomassa como uma energia tradicional e suja, uma ameaça as florestas. O estudo mostra como os países pobres podem transformar sua dependência da biomassa em vantagem.
“Muitos governantes dos países em desenvolvimento tentam convencer as pessoas a não usar lenha ou carvão como combustível, mas isso só penaliza os pobres e pouco ajuda a conter o desmatamento”, diz Duncan Macqueen, pesquisador do IIED e co-autor do relatório. “Em vez disso, eles deveriam abraçar e legalizar os combustíveis de biomassa como fonte de energia. E adotar políticas que tornem as cadeias de fornecimento sustentáveis”.
O relatório afirma que, se as nações gerirem suas florestas e replantarem mata, a biomassa pode ser uma fonte renovável e sustentável de energia. A biomassa produz menos emissões de gases do efeito estufa que os combustíveis fósseis. Como demanda trabalho intenso em toda a cadeia de fornecimento, a biomassa pode aumentar o número de empregos e reduzir a pobreza.
Essa fonte de energia é mais versátil do que se pensa. Já se estuda até como usar combustível de pinhão para mover aviões. A questão é como aumentar a produção para energia sem comprometer o cultivo dos alimentos.
Revista ÉPOCA. (Aline Ribeiro)


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