O JARDIM BOTÂNICO DO RIO DISCUTE OS BENEFÍCIOS DAS PLANTAS MEDICINAIS NA SAÚDE E NA QUALIDADE DE VIDA.
Rio de Janeiro – Os índios sabem há muito tempo que a cura para muitas doenças pode estar no quintal de casa. Empresas farmacêuticas também reconheceram o potencial de várias plantas medicinais e há espécies que chegam a ter 34 patentes estrangeiras registradas.
É o caso do jambú. Natural na Região Norte, ele é conhecido por suas propriedades anestésicas. Agora, com base em conhecimentos de comunidades quilombolas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estuda como o jambú pode ser usado para estimular a excitação sexual da mulher.
Para chamar a atenção para a possibilidade de plantas melhorarem a qualidade de vida das pessoas e de complementarem tratamentos de saúde tradicionais, inclusive o do câncer, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que mantém uma coleção temática com cerca de 230 exemplares, promoveu debate na semana passada sobre o uso das plantas medicinais.
A coordenadora da coleção, a bióloga Yara Lúcia de Britto, destaca o uso do açafrão e do gengibre para diminuir os efeitos colaterais da quimioterapia. “É recomendado para diminuir os vômitos e aumentar a tolerância do paciente aos medicamentos, já que eles precisam da quimioterapia”.
Da tradição à medicina, o índio Hundu Vakihu Shawãdawa, da etnia Arara, de uma aldeia do Acre, acredita que os remédios retirados da natureza podem também provocar menos malefícios ao corpo humano que os medicamentos tradicionais, vendidos nas farmácias.
“Não conhecemos as substâncias usadas nos remédios feitos em laboratório e nem seus efeitos. Mas sabemos que afetam a vida e o espírito. Preferimos o remédio tradicional. É a dose certa”, declarou Hundu depois de debate sobre o uso de plantas medicinais, promovido, nesta semana, no Jardim Botânico do Rio.
Plantar o próprio remédio é mais simples do que parece. Yara Britto lembra que muitas espécies são usadas sem que as pessoas saibam para que servem. Ela destaca as propriedades anti-inflamatórias e antifúngicas do alho, as digestivas da carqueja e as de cura da tosse e da bronquite, da hortelã.
No evento, a pesquisadora independente Úrsula Jahara também defendeu que as plantas não devem ser apenas usadas na cura, mas na manutenção da saúde. Para ela, é preciso resgatar o valor da terra e a importância de uma dieta saudável para a prevenção de doenças.
Jornal do Brasil online. Isabela Vieira.
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