O RIO AMAZONAS
Nos mais remotos povoados do sul do Peru, os quéchuas, descendentes dos incas, costumam se referir ao Amazonas como o “deus que fala”, por causa do estrondo de suas águas nos cânions e despenhadeiros.
 O rio que nasce na Cordilheira dos Andes e deságua no Golfão do Marajó, que abrange os litorais do Amapá e Pará, tem o maior curso em volume e extensão do mundo e representa 16% da reserva de água doce do planeta.
No Dia Mundial da Água, o “Estado” publica o relato da expedição realizada pelo repórter Leonencio Nossa e pelo repórter fotográfico Celso Junior da nascente à foz do Amazonas – material reunido no livro “O Rio”, que será lançado pela Editora Record em abril. Em oito viagens, eles percorreram 10 mil quilômetros a pé, a cavalo, de balsa e em barcos a remo e a motor para fazer um perfil do Amazonas e registrar a vida nos povoados e cidades às suas margens.
 O rio tem 7 mil quilômetros, mas a equipe repetiu trechos e incluiu no percurso lagos e afluentes que ajudam a entender a dinâmica e a complexidade da formação do Amazonas e de sua bacia, de 6,8 milhões de quilômetros quadrados.
A tradicional imagem do curso barrento que serpenteia o verde da floresta é apenas um retrato de um rio de muitas faces. Ele nasce cristalino nos Andes, desce azul pelo deserto marrom do altiplano, fica verde nos precipícios do início da selva, ganha a tonalidade amarelada ainda na mata peruana e corta a Amazônia como um imenso tapete da cor de chocolate.
 É um gigante que desafia a ciência. Em tempos de Google Earth, o Amazonas tem trechos ignorados até nos mapas dos governos e Exércitos do Peru, da Colômbia e do Brasil, países banhados por suas águas.
Texto: Leonencio Nossa
Fotos: Celso Junior. por Nilton Fukuda
ESTADÃO

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