CASO DA MORTE DE JUAN: PMs SUSPEITOS DE HOMICÍDIO ESTÃO PRESOS.
Rio - Os quatro policiais militares, acusados de envolvimento na morte do menino Juan Moraes, de 11 anos, durante suposta operação na favela Danon, em Nova Iguaçu, foram presos, no fim da tarde desta quinta-feira, cumprindo mandado de prisão temporária, expedido pelo juiz Márcio Alexandre Pacheco da Silva, do 4º Tribunal do Júri de Nova Iguaçu.
Os cabos PMs Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva e os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares, foram encaminhados, inicialmente para o Hospital Central da PM, onde passaram por exame de corpo de delito. Em seguida, os oficiais estão sendo levados para o Batalhão Especial Prisional, em Benfica, na Zona Norte do Rio, e lá ficarão presos.
Prisão temporária por 30 dias
Os cabos PMs Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva e os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares tiveram pedida a prisão por 30 dias, enquadrados por dois homicídios dolosos duplamente qualificados, por motivo torpe e emprego de recurso que dificultou a defesa das vítimas (no caso das mortes do menino Juan Moraes e de Igor de Souza Afonso e duas tentativas de homicídios, também duplamente qualificados (W., o irmão de Juan, e  V.).
Na terça-feira, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) requereu a prisão temporária dos PMs, por esta ser considerada imprescindível para o andamento das investigações do inquérito policial, uma vez que muitas testemunhas deixam de colaborar por temerem represálias.
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) recebeu, na tarde desta quinta-feira, os mandados de prisão contra os quatro PMs envolvidos na morte do menino. Em seguida, os mandados foram encaminhados para a Corregedoria da Polícia Militar, que ficaria a cargo de cumpri-los.
Morador gravou vídeo logo após os disparos
O titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Ricardo Barbosa destacou que a reconstituição feita no local do crime trouxe informações importantes para o inquérito, como um vídeo feito pelo celular de um morador, logo após os tiros. De acordo com o delegado, as imagens mostram a mão de uma pessoa segurando uma cápsula deflagrada. No vídeo também aparecem marcas de sangue e cápsulas de fuzil.
O delegado afirmou que não há dúvidas de que o corpo encontrado no Rio Botas, em Belford Roxo, era de Juan. Segundo ele, a perícia confrontou o material genético da família da vítima, o corpo do menino e vestígios colhidas no chinelo apreendido — e o resultado foi positivo.
“Apesar de o chinelo ser na cor lilás e ter um lacinho, ficou claro que Juan usava o calçado da mãe porque ele não tinha chinelo”, explicou Barbosa. O delegado afirmou ainda que há contradições no depoimento dos PMs. Na 56ª DP (Comendador Soares) eles teriam afirmado que entraram em confronto com seis traficantes. Já na DH, afirmaram que eram apenas dois.
Tiros partiram de PMs
Ricardo Barbosa disse ainda que os tiros disparados na ocasião da morte do menino Juan, de 11 anos, partiram apenas das armas dos policiais envolvidos na ação. A criança foi morta no dia 20 de junho, após troca de tiros entre policiais e traficantes na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
"Juan morreu com um tiro no pescoço e foi baleado por policiais militares”, afirmou o delegado, acrescentando que  "testemunhas e perícia não indicam ocorrência de confrontos”.
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