CRISE DA DÍVIDA DOS EUA FAZ YUAN GANHAR FORÇA COMO ALTERNATIVA AO DÓLAR.
O governo dos Estados Unidos pode ter evitado um calote da sua dívida com um acordo para cortar o déficit público americano, mas vários problemas persistem na economia do país, o que tem provocado uma busca mundial por uma moeda que sirva como alternativa ao dólar como reserva global.
Autoridades - desde a diretora do Fundo Monetário Internacional ao ministro das Finanças das Filipinas - já alertaram que o dólar americano pode perder o seu status de principal moeda de reserva.
Para a China, o maior credor da dívida americana e segunda maior economia do mundo, a resposta pode estar em casa. 'Eu acredito que a crise da dívida americana aumenta a urgência do governo chinês de promover o yuan como moeda internacional', disse à BBC Zhang Ming, um acadêmico chinês da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
'Promover o uso internacional do yuan pode se tornar uma forma de reduzir a dependência do país nos papéis do Tesouro americano.'
A China possui mais de US$ 3,2 trilhões em reservas internacionais, dos quais 70% são em dólares.
Na medida em que o dólar cai em valor em relação ao yuan e outras moedas no mundo, devido aos problemas financeiros dos Estados Unidos, Pequim também enfrenta prejuízos.
Programa piloto
Zhang afirma que a crise financeira global de 2008 foi o principal fator externo que levou o governo chinês a promover o yuan internacionalmente.
'Antes da crise do sub-prime, o dólar era considerado uma moeda estável de reserva internacional', diz ele. Em julho de 2009, menos de um ano depois do colapso do banco de investimentos Lehman Brothers, Pequim anunciou um programa piloto que permite que algumas companhias paguem importações e exportações usando yuan.
O programa foi expandido no ano passado, e continua crescendo rapidamente, apesar de ainda formar apenas uma pequena parte do total do comércio exterior chinês.
De acordo com o banco UBS Securities, contratos em moeda chinesa saltaram de 18,4 bilhões de yuan (cerca de US$ 2,86 bilhões) no primeiro trimestre de 2010 para 360 bilhões de yuan (US$ 55 bilhões) no mesmo período de 2011.
A China assinou acordos de troca de moeda com Cingapura, Coreia do Sul, Malásia, Indonésia e Argentina, entre outros.
Isso significa que empresas fora da China podem tomar grandes quantidades de yuan para os seus negócios. Em agosto de 2010, o McDonald's tornou-se a primeira empresa internacional fora do setor bancário a lançar papéis baseados em yuan, que são conhecidos em Hong Kong como 'dim sum' (em referência a um prato da culinária chinesa).
Um mercado de grande escala e alta atividade é um pré-requisito para qualquer moeda se tornar uma reserva internacional.
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