DADOS SOBRE LEITURA... MUITO INTERESSANTE...
‘No mundo de hoje, ler é o meio mais rápido de obter informação. Ouvindo alguém falar, pode-se absorver, em uma hora, cerca de 9 mil palavras (que correspondem a aproximadamente 60 mil caracteres ou 25 páginas de 2400 caracteres).
Em comparação, no mesmo tempo, um leitor lento pode ler 15 mil palavras e um bom leitor chega a 36 mil palavras por hora, que correspondem, respectivamente, a cerca de 41 e 100 páginas (Richaudeau, 1973:250-252).
Ser proficiente em leitura permite obter amplo acesso independente à informação, compreendidos aí os conhecimentos essenciais para o desenvolvimento pessoal e o exercício da cidadania. Para avaliar o peso negativo de um arranjo visual do texto desfavorável à leitura, é de grande ajuda compreender as estratégias cognitivas da leitura.
Na leitura proficiente, o leitor não lê as palavras e blocos de palavras letra por letra ou sílaba por sílaba, “mas como um todo não analisado, isto é, por reconhecimento instantâneo e não por processamento analítico-sintético”, como nos explica Mary Kato. Um leitor proficiente seria aquele que já tem em seu vocabulário (ou léxico) visual cerca de 50 mil palavras.
Esse leitor reconhece instantaneamente uma palavra que já faça parte de seu léxico visual. Para esse leitor, o arranjo visual do texto não tem muito peso sobre a rapidez com que lê. No entanto, certos arranjos podem parecer desagradáveis ao leitor proficiente e assim afastá-lo da leitura ou fazê-lo abandonar o texto logo após iniciar a leitura.
Entre os leitores testados e ouvidos na pesquisa de Wheildon, 38% disseram achar difíceis de ler as linhas com mais de 60 caracteres, enquanto outros 22% indicaram que provavelmente não leriam textos com linhas mais longas apesar de não sentirem dificuldade em lê-las (Wheildon, 1995:121- 125).
O leitor iniciante, por sua vez, tem um vocabulário visual muito limitado e, por isso, seu processo de leitura praticamente não se baseia em reconhecimento visual instantâneo, mas em uma decifração letra a letra. Sua leitura consiste, “mais freqüentemente, em operações de análise e síntese, sendo a apreensão do significado mediada quase sempre pela decodificação em palavras auditivamente familiares” (Kato, 2007: 33-37).
Para esse leitor, é importante que o desenho de cada letra seja suficientemente distinto, para não haver possibilidade de incerteza de decifração.
Obviamente, o processo de leitura é muito mais complexo do que o reconhecimento instantâneo de palavras isoladas e, no decorrer do desenvolvimento da criança e do jovem, vai depender grandemente da massa de conhecimentos lingüísticos, textuais, de mundo e enciclopédicos que vão sendo acumulados.
Se o leitor iniciante for estimulado a ler mais e for ensinado a ler, ele provavelmente desenvolverá, ao longo dos anos, as habilidades cognitivas e metacognitivas que farão dele um leitor maduro. Pesquisas e avaliações têm demonstrado que um número considerável de crianças e jovens passam anos na escola pública e dela saem sem alcançar níveis mínimos de proficiência em leitura.
A leitura rápida e compreensiva deveria ser um objetivo do ensino e deveria ser favorecida pelo projeto gráfico dos livros didáticos. Pesquisas do campo da psicolingüística demonstraram que a leitura rápida permite reter melhor o que se lê do que a lenta, sobretudo pela limitação da chamada memória de curto prazo ou curto termo.
A maioria dos estudos experimentais em legibilidade visual do texto tem utilizado o aspecto da rapidez como importante critério de avaliação.
Nos livros didáticos para o ensino fundamental, o texto é sempre apresentado numa dada disposição visual (diagramação) ladeado, complementado ou interrompido por imagens (fotos, ilustrações), gráficos e tabelas, elementos que serão tomados em conta, ao lado da leitura do texto, para a recepção mais geral das mensagens.
Além disso, essa programação visual estará disposta sobre páginas de um determinado formato, que vai interferir nas possibilidades de disposição de textos e imagens.
As folhas dos livros são mantidas juntas (encadernadas) por diferentes processos, que podem favorecer ou dificultar a abertura das páginas. Assim, não só a composição do texto e a diagramação, mas também o formato do livro e a forma de encadernação, podem facilitar ou dificultar a leitura.
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