O BRASIL PODE SE BENEFICIAR DA CRISE INTERNACIONAL, DIZ EX-MINISTRO MENDONÇA DE BARROS.
O economista diz acreditar que, se a crise não evoluir para o cenário mais pessimista, o Brasil e países emergentes vão continuar crescendo.
CRISE
O economista e ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros fala sobre os possíveis cenários para a crise internacional. A crise financeira internacional começou no final de 2008 e ainda hoje gera incertezas e dificuldades nos Estados Unidos e Europa, com o temor de que possa evoluir para uma forte recessão ou depressão em todo o mundo.
O economista e ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros fala sobre os possíveis cenários para a crise internacional. A crise financeira internacional começou no final de 2008 e ainda hoje gera incertezas e dificuldades nos Estados Unidos e Europa, com o temor de que possa evoluir para uma forte recessão ou depressão em todo o mundo.
Apesar da insegurança, o momento é de oportunidade para os países emergentes, especialmente o Brasil, na opinião de Luiz Carlos Mendonça de Barros.
Barros foi ministro das Comunicações e presidente do BNDES no governo FHC. Há 43 anos atuando como economista, é hoje diretor da empresa de investimentos Quest.
O ex-ministro se disse, em palestra na Editora Globo, frustrado com a atual crise financeira, já que até o momento todos os esforços para enfrentar os problemas econômicos não tiveram bons resultados.
Barros foi ministro das Comunicações e presidente do BNDES no governo FHC. Há 43 anos atuando como economista, é hoje diretor da empresa de investimentos Quest.
O ex-ministro se disse, em palestra na Editora Globo, frustrado com a atual crise financeira, já que até o momento todos os esforços para enfrentar os problemas econômicos não tiveram bons resultados.
"Desde quando a crise começou, em 2008, os governos dos países ricos seguiram as medidas clássicas, e nada resolveu. Hoje estão todos se perguntando: e agora?".
O ex-ministro acredita que a crise pode evoluir em um de dois cenários possíveis. No primeiro, os países ricos continuam com um crescimento econômico muito baixo; no segundo, a crise é mais severa e os países ricos entram em recessão.
O ex-ministro acredita que a crise pode evoluir em um de dois cenários possíveis. No primeiro, os países ricos continuam com um crescimento econômico muito baixo; no segundo, a crise é mais severa e os países ricos entram em recessão.
Um cenário com baixo crescimento dos países desenvolvidos seria positivo para o Brasil e os emergentes, que poderiam manter o rumo do crescimento econômico. Já um cenário de forte recessão geraria um impacto muito maior nas economias emergentes.
Segundo Barros, a China é a explicação para o bom momento vivido pelo Brasil, que até agora conseguiu evitar os efeitos da crise – por ser um grande exportador de alimentos, o Brasil é o maior beneficiário do crescimento econômico chinês.
Segundo Barros, a China é a explicação para o bom momento vivido pelo Brasil, que até agora conseguiu evitar os efeitos da crise – por ser um grande exportador de alimentos, o Brasil é o maior beneficiário do crescimento econômico chinês.
Mas o comércio com a China também beneficia outros países em desenvolvimento. Hoje, 80% da taxa de crescimento que ocorre no mundo acontece nos países emergentes. "Se você projetar as taxas de crescimento dos países emergentes para os próximos cinco, seis anos, o PIB do mundo emergente vai passar o do mundo rico.
Mas para que isso aconteça, a economia dos países ricos não pode morrer".
Brasil
O economista brinca se definindo como um "tucano revoltado" com a sorte que considera que o governo Lula teve ao contar com uma conjuntura econômica internacional favorável. Mendonça de Barros disse acreditar que o país tem motivos para ser otimista.
"Na economia brasileira, o sinal que aparece, em qualquer indíce que você olhar – seja indíce de arrecadação, desemprego, crescimento, etc – é de otimismo". No entanto, esse sucesso pode mudar, caso o mundo entre em uma recessão.
"O governo Lula fez o que qualquer governo de esquerda faz: aumentou os salários. Geralmente, isso aumenta a demanda e gera inflação, mas desta vez esse aumento estimulou a importação. As empresas brasileiras começaram a ver a chegada dos importadores, e passaram a investir mais, criando um círculo virtuoso", explica.
Barros vê uma mudança no "metabolismo" da economia brasileira, principalmente na forma como a população consome. Quando a renda per capita aumenta, a porcentagem da renda que as famílias usam para comprar alimentos diminui, e as pessoas passam a consumir produtos mais sofisticados.
Segundo Barros, o governo ainda não acordou para esse tipo de mudança. "Precisamos de uma nova rodada de reformas, por exemplo no sistema tributário. Passar a olhar para o outro oceano, para a China.
Segundo Barros, o governo ainda não acordou para esse tipo de mudança. "Precisamos de uma nova rodada de reformas, por exemplo no sistema tributário. Passar a olhar para o outro oceano, para a China.
Mas a grande batalha do nosso crescimento econômico está nos Estados Unidos e Europa. Se os países ricos contiverem a recessão, o futuro da nossa economia será brilhante".
Revista ÉPOCA online. Bruno Calixto
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