PRATO E COPOS MENORES AJUDAM A PERDER PESO, AFIRMA AMERICANO.
Psicólogo americano propõe mudanças simples a quem quer emagrecer. Tirar alimentos 'perigosos' da frente e comer na cozinha são outras dicas.
Pequenas mudanças no ambiente em que se vive, como usar pratos menores e copos mais finos, podem fazer toda a diferença na hora de perder peso, segundo estudo do psicólogo especializado em consumo Brian Wansink, da Universidade Cornell, em Nova York, e autor do livro “Comer sem pensar: Por que nós comemos mais do que imaginamos”.
Essas descobertas para uma vida mais saudável foram apresentadas em uma palestra na última sexta-feira (5), durante a 119ª convenção anual da Associação Americana de Psicologia, em Washington D.C.
Duas saídas simples e proveitosas, de acordo com Wansink, podem ser fazer refeições em pratos de salada em vez de pratos grandes e manter os alimentos não saudáveis fora da linha de visão em armários e geladeiras, além de colocar os mais saudáveis ao nível dos olhos.
Pessoas que se alimentam em pratos grandes tendem a comer mais, revela pesquisa americana. O pesquisador recomenda, ainda, comer sempre na cozinha ou na sala de jantar, e não em frente à televisão ou ao computador.
Quem fizer comida demais deve dividir o conteúdo em duas partes e congelar a metade antes de colocá-la na mesa. E é preciso ter consciência de que a obesidade não atinge apenas quem almoça ou janta em restaurantes.
"Nossas casas estão cheias de armadilhas de comida escondidas. E essas estratégias simples têm muito mais chance de êxito do que a força de vontade isolada. É mais fácil mudar o ambiente do que a sua mente", disse Wansink, que é PhD no assunto.
"A maioria de nós está cercada de caos para se concentrar, conscientemente, em cada mordida que dá e, depois, se perguntar se está satisfeita. O segredo é mudar seu ambiente para que ele funcione a seu favor e não contra você", destacou Wansink. Todas essas mínimas alterações podem ajudar a emagrecer até um quilo por mês, conforme o estudo.
O psicólogo identificou vários mitos sobre comportamento alimentar para explicar por que os americanos, em média, estão ficando mais gordos.
"As pessoas não pensam que algo tão simples como o tamanho de uma tigela pode influenciar na quantidade que alguém, mesmo com alto grau de instrução, come”, afirmou.
No entanto, vários trabalhos mostram exatamente isso, incluindo um coordenado por Wansink – e publicado em 2005 – com 168 espectadores de cinema que comiam pipoca fresca ou murcha (feita há cinco dias) de recipientes com diferentes tamanhos.
Na sessão do filme “O troco”, com o ator Mel Gibson, os voluntários consumiram 45% mais pipoca fresca em embalagens extra-grandes que nas grandes. Entre os que “optaram” pela pipoca amanhecida, a ingestão foi 34% maior quando o recipiente era tamanho família.
Imagem do livro publicado em 2006 pelo pesquisador
americano Brian Wansink (Foto: Divulgação). Do G1, em São Paulo
“Eles simplesmente não percebiam que estavam fazendo isso”, disse Wansink. E a estratégia também se aplica ao que se bebe: a pesquisa revelou que as pessoas põem 37% mais líquido em copos pequenos e largos do que nos compridos e finos de mesmo volume.
Até mesmo uma tigela de cereal infantil pode ser uma armadilha, segundo o psicólogo. Um estudo apontou que crianças de pesos diferentes que receberam uma tigela de 450 gramas eram mais propensas a se servir do dobro de cereais que os pequenos com uma tigela de metade do tamanho.
Dificuldade de parar
Outro mito, de acordo com Wansink, é o de que as pessoas têm noção de quando estão cheias e acabam parando antes de comer demais. O Laboratório de Alimentos e Marcas, onde o pesquisador atua em Cornell, projetou uma “tigela sem fundo”. Eles convidaram 60 voluntários para um almoço livre e ofereceram tigelas de 620 gramas com sopa pela metade. Metade dos participantes, sem saber, recebeu tigelas que eram lentamente preenchidas com sopa, por meio de um sistema de pressão instalado embaixo da mesa.
O resultado foi que as pessoas com “tigelas sem fundo” comeram 73% mais do que aquelas com recipientes normais. Quando questionadas sobre isso, porém, disseram que não perceberam ter comido demais. "A lição é não confiar no seu estômago para lhe dizer quando você está cheio. Ele pode mentir", afirmou Wansink.
Estar consciente dessas descobertas pode ajudar a população a fazer escolhas mais saudáveis, especialmente entre os que já estão tentando comer alimentos melhores, segundo o pesquisador. Em uma pesquisa com 2.500 americanos, quatro de cada cinco disseram que estariam satisfeitos ao perder menos de 8 quilos.
G1. O GLOBO. (Foto: Divulgação/Brian Wansink/Cornell University)
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