SEMANA MUNDIAL DA ÁGUA ENFOCA DESAFIOS DA URBANIZAÇÃO.
Crescimento desordenado das cidades compromete acesso à água.  Nova York: Os maiores centros urbanos do mundo estão próximos a grandes corpos d'água.
Começa neste domingo, 21, e vai até o dia 27 de agosto, em Estocolmo, na Suécia, a Semana Mundial da Água. O evento é organizado pelo Instituto Internacional da Água de Estocolmo e acontece todos os anos desde 1991, com representantes do mundo todo.
Cada versão do encontro apresenta um tema específico relacionado à água. Este ano, a semana vai enfocar os desafios que a urbanização acelerada impõe para o consumo e a distribuição de água. Estima-se que em 2050, toda a população urbana da Terra tenha o mesmo tamanho da atual população do planeta - quase 7 bilhões de pessoas.
De acordo com os organizadores da Semana Mundial da Água, o crescimento das cidades provoca um efeito cascata na demanda e no consumo dos mais diversos recursos.
E o mais sensível deles é a água. "Não estamos conseguindo atender às exigências dos acordos firmados na área de saneamento e distribuição de água", afirmam os organizadores, em comunicado publicado na página do encontro.
Para Samuel Barreto, coordenador do Programa Água para a Vida, do WWF (Fundo Mundial para a Natureza), o encontro tem como mérito colocar o problema em pauta. "Hoje, um bilhão de pessoas não têm acesso a água potável e dois bilhões não têm acesso a saneamento básico."
O Brasil, apesar de ter água em abundância, enfrenta problemas graves. A maior parte da população, 80%, se concentra em cidades litorâneas ou próximas da costa, onde apenas 16% da água doce está disponível.
A ocupação desordenada de áreas protegidas, como mananciais, compromete o abastecimento dos grandes centros urbanos. Há regiões na Grande São Paulo que não recebem água com regularidade.
"O Rio Tietê mostra como é bem mais difícil recuperar que preservar. Os programas de despoluição existem há quase 20 anos, e mesmo assim não houve grandes progressos", diz Barreto. A Agência Nacional de Águas estima que seja preciso investir pelo menos 18 bilhões de reais até 2015 para garantir o abastecimento das grandes cidades.
Um dos principais problemas causados pelo crescimento das cidades é o avanço sobre as áreas protegidas e de mananciais. Um estudo da Agência Nacional das Águas afirma que serão necessários 18 bilhões de reais para evitar que falte água nas grandes cidades brasileiras até 2015.
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