COLÁGENO SINTÉTICO PODE SERVIR COMO MOLDE PARA REGENERAÇÃO DE TECIDOS.
Material, similar ao encontrado no corpo humano e responsável por formar fibras que sustentam a pele,. pode ser testado em humanos em cinco anos.
O colágeno corresponde a aproximadamente 30% de toda a proteína do corpo em jovens e está associado à elasticidade da pele. A partir dos trinta anos, a quantidade de colágeno no corpo começa a cair.
Cientistas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo método para produzir colágeno sintético. O novo material, formado em menos de uma hora, tem muitas das propriedades observadas no colágeno natural – um tipo de proteína que forma as fibras que dão sustentação à pele.
O material poderia servir como um molde para a regeneração de tecidos e novos órgãos a partir de células-tronco.
De acordo com Jeffrey Hartgerink, responsável por um artigo sobre o trabalho publicado no periódico científico especializado Nature Chemistry, o método inova ao produzir o colágeno sintético mais parecido com o colágeno natural já feito. Para isso, usa processos também muito similares aos observados na natureza.
Embora o colágeno exista em abundância no corpo humano, pesquisadores têm dificuldade para recriá-lo sinteticamente. No entanto, ele é essencial na criação de novos tecidos em laboratório, capazes de serem implantados em cirurgias cosméticas e reconstrutivas sem causar rejeição. Quando o colágeno usado para transplantes em humanos é oriundo de animais, o risco de rejeição é alto.
Uma das principais razões que dificultam o trabalho dos cientistas na criação de versões sintéticas é a diversidade de formas que o colágeno pode assumir em diferentes escalas. Formado por peptídeos – cadeias mais curtas de proteínas -, é capaz de formar 'fios' que se enroscam com outros.
O resultado é uma rede com estruturas tridimensionais chamadas de hidrogel, que seguram água. "Nossas supermoléculas, fibras e hidrogéis formam algo similar ao colágeno natural, mas começamos com peptídeos menores", explica Hartgerink.
Novas pesquisas são necessárias para avaliar se o corpo humano poderia receber doses de colágeno sintético de forma segura ou se células-tronco conseguiriam se desenvolver ou sobreviver nessas redes sintéticas.
Se tudo correr bem, ensaios clínicos com o material podem começar em cinco anos. Ao menos um passo nesse sentido já foi dado: os pesquisadores garantem que uma enzima usada pelo organismo para 'quebrar' o colágeno natural também quebra o novo material na mesma velocidade. Isso significa que pode interagir de forma satisfatória com estruturas naturais.
Revista VEJA online. (Thinkstock)
Nenhum comentário:
Postar um comentário