EM TELEGRAMA DE 2009, EMBAIXADOR DOS EUA FALA EM: “CORRUPÇÃO GENERALIZADA” NO BRASIL.
Um dos telegramas confidenciais enviados pela embaixada dos Estados Unidos no Brasil para Washington, e divulgados pelo Wikileaks em 30 de agosto, traz uma descrição nada agradável das instituições brasileiras, segundo ele afetadas por “corrupção generalizada”.
O documento (leia a íntegra, em inglês), datado de 19 de fevereiro de 2009, foi enviado pelo embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, ao procurador-geral dos Estados Unidos (equivalente ao ministro da Justiça), Eric Holder, antes deste visitar o Brasil entre 23 e 26 de fevereiro.
No texto, Shannon afirma que a “rápida ascensão” do Brasil nos últimos anos se dá de forma concomitante com “problemas de um países emergente”.
E aí ele descreve as verdades inconvenientes: Apesar de muitos juristas serem de alto nível, o sistema judiciário brasileiro é frequentemente descrito como disfuncional e afetado por jurisdições que se sobrepõe, falta de treinamento, burocracia absurda e acúmulos [de processos] esmagadores.
A corrupção persistente e generalizada afeta os três poderes do governo [Executivo, Legislativo e Judiciário]. A aptidão das forças da ordem são afetadas por falta de treinamento, rivalidades burocráticas, corrupção em algumas agências e as forças policiais são muito pequenas para cobrir um país de quase 200 milhões de habitantes.
No restante do documento, Shannon repete reclamações conhecidas da diplomacia americana quanto à falta de disposição de “elementos dentro do governo do Brasil” para adotar políticas de segurança em conjunto com os Estados Unidos.
Segundo ele, a cooperação se dá apenas do ponto de vista operacional. Shannon relata a frustração de não conseguir fazer avançar a cooperação política para que os países lidem em conjunto com problemas na fronteira, como o tráfico de drogas.
Ele pondera, entretanto, que a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos e a piora na situação do tráfico de drogas na Bolívia estavam fazendo o Brasil “considerar formas de trabalhar mais de perto com os Estados Unidos”.
Quem chamou atenção para o cabo diplomático foi o Estadão.
Revista ÉPOCA online

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