Mutação no gene que auxilia na resistência das células ao stress biológico está relacionada com a doença. Doença de Parkinson: cientistas descobrem que mutação em gene que ajuda as células a resistirem ao estresse é uma das causas.
"A descoberta pode nos ajudar a desenvolver novas terapias para tratar ou desacelerar a Doença de Parkinson" — Owen Ross, coautor do estudo e neurocientista da clínica Mayo.
Uma nova causa genética da Doença de Parkinson, identificada por um extenso grupo de pesquisadores de vários países, está relacionada à inabilidade das células do cérebro de lidarem com o stress biológico.
O estudo, conduzido pela Clínica Mayo, na Flórida, foi publicado na edição de setembro do American Journal of Human Genetic, periódico da The American Society of Human Genetic, dos Estados Unidos, e contribui para entender a doença como um complexo distúrbio influenciado por vários genes.
Os pesquisadores iniciaram o estudo ao analisarem uma família numerosa do norte da França com histórico da doença de Parkinson.
Os cientistas descobriram que havia uma mutação no gene EIF4G1 nos integrantes da família e identificaram uma relação direta entre essa mutação e a morte cerebral que resulta na doença de Parkinson e em outros distúrbios neurodegenerativos.
"Esse gene é diferente dos outros descobertos que causam a doença de Parkinson na medida em que controla os níveis de proteínas que ajudam as células do cérebro a lidarem com diversas formas de stress comuns com a idade", explica Justus Daechsel, neurocientista da Clínica Mayo e um dos coordenadores da pesquisa.
Portanto, as células que não conseguirem reagir adequadamente ao stress biológico morrem. Foi esse o problema encontrado na família francesa e, posteriormente, em famílias de outros lugares, como dos Estados Unidos, Canadá, Irlanda e Itália.
Apesar de poucas famílias terem sido identificadas com essa forma da doença, os cientistas acreditam que essa descoberta abrirá uma nova área de pesquisa sobre o Parkinson e também sobre outras doenças neurodegenerativas.
"Os conhecimentos adquiridos a partir de como as mutações no EIF4G1 levam à morte cerebral podem nos ajudar a desenvolver novas terapias para tratar ou desacelerar a doença de Parkinson", explica o coautor do estudo e neurocientista da Mayo, Owen Ross. "Essas últimas descobertas contribuem com mais uma peça para o complexo quebra-cabeça é essa doença."
Revista VEJA online. (Thinkstock)
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