O planeta HD 85512 b em uma reconstrução artística. Ele poderia abrigar vida fora da Via Láctea. O telescópio HARPS, do Observatório Europeu do Sul (ESO), localizado no Chile, descobriu um novo planeta possivelmente habitável.
HD 85512 b, que ainda não tem nome de lar, está localizado na constelação de Vela, a 36 anos-luz da Terra.
Ele orbita na chamada “zona habitável” ao redor de sua estrela, uma região que, dada a distância do corpo celeste, poderia criar as condições favoráveis para a vida. Animados, os cientistas do ESO afirmaram que investigarão a presença de oxigênio na atmosfera.
“Esse é o planeta de menor massa descoberto que se encontra na zona de habitabilidade da sua estrela, e o segundo planeta de menor massa descoberto pelo HARPS dentro da zona de habitabilidade,” afirmou Lisa Kaltenegger, especialista em habitabilidade de exoplanetas.
O novo planeta teria temperaturas médias altas - entre os 30ºC e 50ºC -, mas ainda suportáveis. Os níveis de umidade em sua atmosfera seriam bastante elevados, o que aumenta as chances de que exista oxigênio.
Michel Mayor, que lidera a equipe de pesquisas, no entanto, diz que pode haver mais planetas semelhantes. “A detecção do exoplaneta HD 85512 b está longe do limite observacional do HARPS, o que demonstra bem a possibilidade de descobrir outras super-Terras em zonas de habitabilidade situadas em torno de estrelas semelhantes ao Sol,” afirmou.
Junto com HD 85512 b, foram encontrados 50 outros exoplanetas, 16 deles considerados o que o meio científico chama de “super-Terras”. É o maior número de planetas deste tipo anunciado de uma só vez.
As novas descobertas foram anunciadas num congresso científico internacional sobre Sistemas Solares Extremos, que juntou 350 especialistas de exoplanetas no Wyoming, EUA.
Francesco Pepe, do Observatório de Genebra, na Suíça, afirma que os planetas estarão entre os alvos principais dos futuros telescópios espaciais, “que procurarão sinais de vida nas atmosferas dos planetas procurando assinaturas químicas tais como evidência de oxigénio”.
“Nos próximos dez a vinte anos deveremos ter uma primeira lista de planetas potencialmente habitáveis na vizinhança do Sol.
Tal lista torna-se essencial antes que experiências futuras possam procurar possíveis assinaturas de vida nas atmosferas dos exoplanetas, através de espectroscopia,” disse Michel Mayor.
Revista ÉPOCA online. (Foto: ESO)
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