Sistema financeiro
Em vista da paralisação dos bancários e de agências fechadas, VEJA preparou algumas dicas para você não ser pego de surpresa pelas contas que venceram.
Clientes devem aproveitar os canais de autoatendimento para pagar suas contas.  Já não bastasse a dos Correios, mais uma paralisação afeta a vida dos brasileiros. Os bancários iniciaram nesta terça-feira uma greve nacional, com adesão de 25 estados e mais o Distrito Federal, que deve fazer com que boa parte das agências brasileiras fique fechada.
Somente neste primeiro dia, 4.191 estabelecimentos, entre filiais de bancos e centros administrativos, não abriram as portas. Mesmo em condições tão adversas como estas, não há (nem haverá) anistia por parte das empresas àqueles clientes que não pagarem suas contas em dia. Na ausência de caixas para receber ou efetuar pagamentos, resta ao brasileiro adaptar-se.
 O site de VEJA preparou algumas dicas para lidar com esta situação.
1 Ligue para seu banco
Antes de ir ao banco, tente entrar em contato com a agência em que possui conta para saber se está aberta, e em que condições. Caso esteja fechada, outra ideia é ligar para a central de atendimento do banco para se informar se há outro ponto que esteja em funcionamento.
É sempre bom manter em mente que a instituição financeira, apesar de não ser uma entidade pública, fornece serviços essenciais à sociedade. Por esta razão, não hesite em pedir alternativas ao profissional que atender o telefone.
2 Use o caixa eletrônico
Os caixas eletrônicos nas entradas das agências ou em outros locais de grande circulação prestam uma gama cada vez maior de serviços: transferências, saques, depósitos e pagamentos. E, lógico, eles não entram em greve.
Também é possível, a depender do banco, cadastrar-se para que contas de consumo, como água, luz ou telefone, sejam pagas no débito automático.
3 A tecnologia está à mão. Aproveite!
Hoje, é perfeitamente possível pagar contas em casas lotéricas, agências dos correios, estabelecimentos comerciais, como algumas redes de  supermercados, entre outros locais. São os chamados correspondentes bancários. Se não quiser ou não puder sair de casa, há saídas ainda mais convenientes. Grande parte dos bancos permite que as transações sejam realizadas por telefone ou pela internet – inclusive a móvel por wi-fi ou celular.
Nestes casos, os especialistas recomendam que se anote o número de protocolo para futuras conferências, se necessário. No Santander, por exemplo, o comprovante pode ser imprimido pela internet ou enviado para a residência do correntista pelo correio após até cinco dias úteis por uma taxa adicional de 2,50 reais.
4 Algumas coisas terão de esperar
Descontar cheques ou sacar dinheiro na boca do caixa, pedir talões pessoalmente, entre outros serviços, vão ter que esperar até o final da greve para serem executados. Outra saída é entrar em contato direto com o gerente, já que a categoria, em sua maioria, não aderiu à paralisação.
5 Se já está atrasado, pague o quanto antes
Pagar as contas fora do prazo já não é recomendável em condições normais. Durante greves bancárias, a situação fica ainda mais complicada. A razão é que muitas empresas credoras só aceitam receber após o vencimento – geralmente com acréscimo de juros – se a conta do cliente for do mesmo banco do boleto vencido e se o pagamento for efetuado na boca do caixa.
Se a agência estiver fechada, o devedor precisa entrar em contato sua instituição financeira para se informar a respeito de formas alternativas de pagamento. A mesma recomendação é válida para quem tem conta em um banco diferente daquele que emitiu o boleto.
Outra ideia é conversar com a empresa credora para negociar uma extensão de prazo, ou possivelmente o pagamento através de depósito em conta, sem a intermediação da entidade bancária. Muitas empresas aceitam também o pagamento realizado presencialmente em pontos de atendimento próprios. Neste caso, não se esqueça de pedir um recibo.
Fonte: Idec, Santander, HSBC e Febraban.
Pague em dia
Em tese, o consumidor não teria de ser penalizado por uma conta que não consegue pagar porque está impedido de fazê-lo. “No caso de atrasos de pagamentos neste período de greve, as multas não devem incidir sobre as contas, já que o impedimento do serviço não é culpa do consumidor.
Mas para que isto aconteça, é importante demonstrar que houve uma tentativa de se quitar as dívidas”, explicou Maria Elisa Morais, gerente jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
Na prática, contudo, é muito difícil para o devedor provar que esgotou todas as possibilidades de pagamento sem sucesso – ainda mais hoje que a tecnologia propicia ao cliente bancário múltiplas possibilidades de quitação. O conselho, portanto, é pagar em dia, como se nada estivesse acontecendo (confira as dicas).
Reivindicações
O motivo principal do movimento dos bancários é a insatisfação com as propostas de correções salariais por parte das instituições financeiras.  De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), que participa das negociações, ainda é difícil saber os serviços que não foram paralisados e em que bancos, já que o grau de adesão à greve variou conforme a cidade.
“Uma grande quantidade de bancários aderiu ao movimento”, disse Ademir Wiederkehr, porta-voz da entidade. “Queremos resolver o problema o mais breve possível, mas esperamos uma proposta aceitável da parte dos bancos”, completou.
A categoria quer reajuste de 12,8% e recusa a proposta de 8% da parte dos bancos. O argumento é que o aumento proposto é quase equivalente ao quanto aumentou a inflação no período de um ano. Além disso, os bancários reivindicam o aumento do piso salário, atualmente em 1.250 reais.
Para a Febraban, a greve é injustificada. Em nota, a entidade argumenta que ofereceu benefícios razoáveis e orienta todos os bancos a buscarem meios para continuar garantindo o atendimento à população.
“A Febraban lamenta particularmente que a greve tenha sido deflagrada em um período de pagamento dos aposentados. São 26 milhões de beneficiários que recebem seus proventos pela rede bancária. Muitos dos quais, inclusive, preferem ir à própria agência para retirar o dinheiro, e que serão afetados pela paralisação”, comunicou a representante dos bancos. Some os aposentados à toda a população brasileira.
 Revista VEJA online. contas (Lia Lubambo/Exame)

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