Suspeito de mandar matar juíza vai para Bangu 8. Juiz que decretou a prisão tem sua segurança reforçada.
O tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo) e suspeito de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, será transferido para o presídio Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio.
Ele teve a prisão decretada ontem à noite pela 3ª Vara Criminal de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.  Há 26 anos na corporação, ele chefiava o 7º BPM na época do assassinato de Patrícia, então titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo.
No fim de agosto, a PM anunciou a troca do comando de 23 batalhões, e Oliveira passou a chefiar o 22º BPM (Maré).
Segundo o corregedor da PM, Coronel Ronaldo Menezes, o ex-comandante foi exonerado e se entregou por volta de 3h da madrugada de hoje, no Batalhão de Choque, após determinação do comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte.
A ordem partiu do Hospital Central da PM, onde Duarte está internado após cirurgia. A transferência do tenente-coronel para Bangu 8, e não uma unidade prisional da PM, segundo o corregedor, consta na decisão da Justiça.
Outros seis PMs também tiveram as prisões decretadas, dos quais cinco já estavam presos por outros crimes. O PM Júnior César de Medeiros é considerado foragido. De acordo com o corregedor, o tenente-coronel será levado hoje à tarde para a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que investiga o assassinato da juíza, para prestar depoimento.
Com os decretos de prisão de ontem, subiu para dez o número de PMs suspeitos de envolvimento na morte de Patrícia.  Oliveira teve a prisão preventiva decretada pela 3ª Vara Criminal de São Gonçalo, acusado de ser o mandante do assassinato da juíza Patricia Acioli, no dia 11 de agosto, em Niterói (RJ).
Outros cinco policiais, acusados de forjar um auto de resistência para acobertar a morte de Diego Belieni, 18 anos, também tiveram mandados expedidos pela Justiça.
A decretação da prisão do tenente-coronel ocorreu após a confissão de um dos cabos que executaram a juíza Patricia Acioli. Ele revelou que Cláudio Luiz de Oliveira foi o mandante do crime.
O cabo, que estaria ameaçado de morte, obteve o direito à delação premiada (com provável redução de pena) e foi incluído no programa de proteção à testemunha. Ele disse que usou duas pistolas no crime, o que confirma a versão dada pela polícia de que a juíza morreu com 21 tiros de pistolas 40 e 45.
Três policiais militares suspeitos de matar a juíza já estão presos em várias unidades. As prisões dos três PMs foram decretadas por Patrícia horas antes de ser executada.
Lista negra
A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro.
Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.
Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo.
Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.
Reforço na segurança
O presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro, Manoel Alberto Rebêlo, afirmou nesta terça-feira que o juiz Fábio Uchôa, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, está com a segurança reforçada desde segunda-feira.
O magistrado decretou a prisão do tenente-coronel da PM Cláudio Luiz de Oliveira, suspeito de ser o mandante da morte da juíza Patrícia Acioli, assassinada no dia 11 agosto em Niterói.
De acordo com Rebêlo, a rápida ação da polícia vai inibir futuros crimes desta natureza. "Hoje os criminosos vão pensar duas vezes antes de cometer um crime contra agentes públicos porque eles têm a certeza que serão punidos", afirmou.
O presidente do TJ disse ainda que o juiz Fábio Uchôa espera que os acusados sejam punidos e cumpram penas em presídios fora do Estado.
Revista ISTOÉ online. AE e Terra

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