Marina Silva: 'Querem que os jovens sejam pragmáticos. Isso seria o fim da civilização'. 'Chegamos à era dos paradoxos', afirma a ex-senadora no Fórum de Sustentabilidade do SWU.
"Neste século 21, o homem tem de integrar economia e ecologia", disse Marina Silva no inícia de sua fala. "Chegamos à era dos paradoxos. É nesse contexto que temos de nos situar."
A ex-candidata à Presidência da República foi a principal convidada da mesa que discutiu Desenvolvimento Sustentável e Viabilidades, neste domingo, dentro do Fórum que acontece no festival SWU.
Uma das vozes verdes mais conhecidas do país, Marina Silva estava em território que domina - e foi aplaudidíssima.
Enquanto os outros convidados da mesa utilizaram ideias abstratas ("Precisamos de um novo meio de pensar e de agir"), Marina apoiou sua fala no ataque ao desmatamento e ao consumismo.
Para a ex-senadora, estamos em um momento de crise em pelo menos cinco setores: "Há uma crise social, ambiental, política, econômica e de valores".
"Social porque hoje há 2 bilhões de pessoas que vivem com menos de US$ 2 por dia. No Brasil, são 16 milhões. Econômica porque em 2008 tivemos o colapso do sistema financeiro. E permanece de forma persistente."
E continuou: "Ambiental porque as pessoas não têm [com a ecologia] o mesmo sentido de urgência que têm em relação à crise econômica".
Comparou o aquecimento global a um "armageddon ambiental". "A capacidade de suporte do planeta está comprometida em 30%. Até 2050, precisamos reduzir em 80% a emissão de gás carbônico."
Fez referências a recentes movimentos sociais e políticos, como a Primavera Árabe e os "indignados" espanhóis: "Há um deslocamento da população, especialmente dos jovens, em relação às representações políticas". Ainda; "Estão querendo que os jovens sejam pragmáticos. Isso seria o fim da civilização."
Para Marina, a sociedade não está conseguindo "atacar o dragão do consumismo". "Não somos capazes de parar de consumir."
Site IG. Thiago Ney, enviado a Paulínia.   Foto: Jorge Rosenberg/iG


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