Bactérias da pele determinam se pessoa é atrativa para mosquitos. A descoberta pode ajudar a combater doenças transmitidas pelas insetos, como a malária, que mata até um milhão por ano.
Fêmea de mosquito do gênero Anopheles, que transmite a malária: insetos são atraídos por bactérias na pele.
Se não tivéssemos bactérias na pele, nosso suor não teria nenhum cheiro. Além de prejuízo para os fabricantes de desodorantes, isso também significaria o fim do banquete dos mosquitos que se alimentam de sangue humano, segundo uma pesquisa publicada na versão online da revista PLoS ONE.
É o tipo e quantidade de microrganismos na pele que determina o quão atrativa é uma 'vítima' para os insetos. Como muitos deles transmitem doenças, a descoberta pode ajudar a diminuir riscos para a saúde. O estudo da Universidade Wageningen, na Holanda, focou em uma das espécies de mosquitos que transmitem a malária, as fêmeas Anopheles gambiae.
Resultado:
Pessoas com maior quantidade e menor diversidade de bactérias na pele atraem mais os mosquitos que causam a malária.
Tanto em testes de laboratório quanto na pesquisa com voluntários na África, onde a malária é endêmica, maior abundância e pouca diversidade de espécies de microrganismos atrairam mais mosquitos.
Indivíduos com maior diversidade de bactérias na pele não foram tão atrativos. Para os cientistas, mais bactérias significam uma mistura maior de cheiros, o que confunde o olfato dos insetos. Já poucas bactérias significam menos cheiro.
Cientes dos resultados, os cientistas poderão desenvolver colônias de bactérias ou substâncias que afastem os mosquitos da malária de suas vítimas em potencial.
Malária
A doença é transmitida por protozoários do gênero Plasmodium, que chegam ao corpo humano por meio da picada de fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles, que vivem em climas tropicais. Até 300 milhões de pessoas são infectadas todos os anos, com aproximadamente um milhão de mortes. Crianças de até 5 anos e mulheres grávidas estão entre as principais vítimas.
A grande maioria dos casos ocorre na África, mas países da Ásia e Américas também são afetados. Ao todo, 109 países e territórios são afetados segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). No Brasil, o problema se concentra na região da Amazônia Legal. São registrados, em média, 300 mil casos por ano no país.
Revista VEJA online. (Thinkstock)
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