Responsável por importação da prótese afirma que não há motivo para pânico, já que decisão do governo francês recebeu respaldo de outros países.
As mulheres que utilizam implantes mamários fabricados pela empresa francesa Poly Implants Protheses (PIP) não estão obrigadas a substituir o produto, mas devem procurar seus médicos.
Quem sublinha a recomendação é John Arnstein, diretor comercial da EMI, responsável pela importação da prótese. Ele afirma que a decisão do governo francês, divulgada na semana passada, de custear as cirurgias para remoção do implante, não encontrou respaldo nos demais países, até mesmo no Brasil.
"Basta ler a nota da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre o tema", diz Arnstein. O texto da agência brasileira afirma que as pacientes que receberam o implante devem procurar seus médicos e, caso não façam isso, os próprios profissionais de saúde devem entrar em contato com as pacientes.
Os eventos adversos relacionados ao produto também precisam ser comunicados à Anvisa, bem como sua remoção cirúrgica.
Na avaliação de Arnstein, não há motivo para pânico. Basta procurar um médico para verificar o estado atual da prótese. E cita o exemplo da Agência Regulatória de Remédios e Produtos em Saúde (MHRA, na sigla em inglês), responsável pela vigilância sanitária na Inglaterra. Em nota, a MHRA afirmou que as evidências disponíveis até agora apontam que os riscos de uma cirurgia para remoção e substituição do implante são maiores que os benefícios.
Entenda o caso.
O histórico das próteses mamárias da empresa francesa PIP
França — No dia 23 de dezembro, o governo francês recomendou a retirada "de forma preventiva" das próteses mamárias da marca PIP. Cerca de 30.000 mulheres na França utilizaram o produto. Apesar da indicação, as autoridades de saúde do país reconheceram que não há provas de que estes implantes aumentem os riscos de câncer.
Brasil — O implante mamário PIP teve sua comercialização suspensa em abril de 2010. A suspensão ocorreu em razão do aumento da taxa de ruptura dos implantes mamários da marca. Após a decisão do governo francês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que as pacientes devem procurar seus médicos para uma avaliação clínica. Cerca de 25.000 próteses mamárias foram implantadas no Brasil.
Estados Unidos — Documento de 2009 divulgado nesta segunda-feira mostrou que a empresa Heritage Worldwide comercializou os implantes até o ano 2000. Segundo o relatório, o produto deixou de ser comercializado após uma mudança de regulamentação feita pela agência reguladora americana FDA. Na sexta, a FDA afirmou que a empresa nunca requereu autorização no país.
Holanda — Os implantes mamários da marca PIP foram vendidos na Holanda com um nome diferente, segundo as autoridades de saúde. Estima-se que cerca de 1.000 mulheres receberam os 'M-implants'. Após a revelação, o governo holandês indicou que elas consultem seus médicos para a avaliação da prótese.
Revista VEJA online. (Com Agência Estado). (Sebastien Nogier / AFP)
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