Hábitos que podem atrapalhar uma dieta, como comer chocolate, não precisam ser eliminados para que um regime dê certo.
Difíceis de largar: pequenas mudanças, e não transformações radicais, podem impedir que hábitos não saudáveis atrapalhem a perda de peso.
Muitas vezes, as promessas feitas no dia 1º de janeiro sucumbem às dificuldades nas primeiras semanas do ano. A vontade de emagrecer perde a guerra para a falta de tempo, o vício em chocolate, a cervejinha do final de semana, a preguiça de fazer exercício físico... É possível, no entanto, conciliar o emagrecimento com hábitos já arraigados, sem exagerar no sacrifício.
Mudanças radicais e repentinas, assim como dietas muito restritivas, costumam não dar certo. O ideal é encontrar soluções práticas que façam com que um hábito não saudável deixe de ser uma desculpa para o fracasso de uma dieta.
Como o organismo não queima tantas calorias à noite, a tendência ao fazer a principal refeição do dia antes de dormir é estocar o alimento no corpo e, consequentemente, engordar. Por isso, para quem prefere ou só pode se alimentar melhor à noite, os carboidratos devem ser ingeridos somente em pequenas quantidades, já que são fonte de energia. A saída é optar por alimentos como a proteína, que é digerida mais rápido, provoca saciedade e é mais leve.
Peixes, frangos e omeletes grelhados são algumas das sugestões da endocrinologista e diretora da Abeso Cláudia Cozer.  Busque comer pelo menos duas horas antes de dormir.
Embora o ideal seja começar o dia com um café da manhã consistente e saudável, há pessoas que não conseguem se alimentar de manhã, acabam tendo muita fome ao longo do dia e comem mais do que deveriam na hora do almoço. Quem tem esse problema deve se forçar a tomar, pelo menos, um copo de leite ou de iogurte ao acordar.
"Esses alimentos, além de não serem pesados, já possuem proteína, gordura e carboidrato necessários para fornecer energia para as atividades do dia", afirma Cíntia Cercato, endocrinologista do Hospital das Clínicas.
Quem tem dificuldades de abrir mão de certos hábitos deve achar um equilíbrio entre eles e a dieta. “Quando um médico passa uma dieta ao paciente, ele geralmente estipula uma determinada quantidade de calorias. A pessoa que faz o regime deve aprender a administrar essas calorias assim como faz com suas finanças", afirma a endocrinologista Cláudia Cozer.
Ou seja, comer menos em uma refeição pode permitir um doce na sobremesa. Mas, para a médica, uma pessoa em dieta deve consumir chocolates de até 120 calorias no máximo.
A mesma solução para os chocólatras vale para aqueles que não dispensam cerveja ou outro tipo de bebida alcoólica nos momentos de lazer. Quem está de dieta não precisa se privar totalmente desse hábito, mas também não pode ingerir as bebidas em grandes quantidades.
“Vale o bom senso. Muitos esquecem que um copo de cerveja tem, em média, 80 calorias. Beber um pouco aos finais de semana tudo bem, desde que a pessoa compense nas outras refeições. O controle da quantidade é essencial e tem de partir do próprio paciente”, afirma a endocrinologista Cláudia Cozer.
O importante da dieta é fazer um cardápio que tenha alimentos saudáveis e dos quais a pessoa que quer emagrecer goste. Cabe ao médico ou ao nutricionista buscar alternativas para uma pessoa que não gosta de muita variedade de comida saudável, e ao paciente ter boa vontade de experimentar novos ingredientes.
“Devemos buscar novas formas e combinações dos alimentos, como sugerir sucos com frutas e vegetais em vez do alimento cru. Mas, se a pessoa só come arroz, feijão e bife, devemos controlar as calorias desse prato, substituir o arroz por um integral, diminuir o tamanho do bife ou optar pela carne grelhada, por exemplo”.
Segundo a médica Cíntia Cercato, uma boa dica para uma pessoa com essa rotina é anotar tudo o que come para controlar os exageros. Outra saída é comer primeiro a salada para que não tenha tanta fome na hora de comer o prato principal.
E, se for escolher sobremesa, evitar doces muito elaborados e optar por doces menores e menos calóricos, como um picolé de frutas ou um bombom.
A falta de rotina é um grande inimigo das dietas, mas não serve como desculpa. Em uma viagem, tente, no mínimo, não pular refeições e tomar um bom café da manhã, já que o decorrer do dia pode ser imprevisível. Mas, é claro, resista às tentações do restaurante dos hotéis.
"Além disso, preste atenção em tudo o que come, anote os alimentos que consumiu para que a dieta, mesmo em uma viagem, não saia do controle", afirma a média Cíntia Cercato.
Não se exercitar não quer dizer que uma dieta fracassará, embora o emagrecimento seja mais lento. Se praticar um esporte não é opção para você, busque alternativas no meio da sua rotina, como andar a pé quando puder, estacionar o carro mais longe do trabalho, descer antes do ponto do ônibus e subir mais escadas.
Nos momentos de lazer, revise seus hábitos sedentários e procure atividades que envolvam movimento, como andar no parque, andar de bicicleta ou nadar. Isso também vale para aqueles que passam grande parte do dia sentados: devem procurar andar um pouco de hora em hora e fazer alongamentos.
Revista VEJA online. Vivian Carrer Elias

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