É o estômago vazio de oito milhões de norte-coreanos, o que se traduz em 33% da população do país, a real ameaça ao comando do todo-poderoso e bem alimentado Kim Jong Un (à esq. na foto acima) – e ele sabe que a solução mais rápida e fácil para fincar os pés no poder, herdado de seu pai há apenas dois meses, é dar o que comer aos seus súditos.
Ou seja: não é outro, senão a penúria alimentar que consome a Coreia do Norte desde o início da década de 1990, o pano de fundo do acordo bilateral que Kim Jong Un firmou na semana passada com o governo dos EUA, barganhando a paralisação de seu programa nuclear com 240 mil toneladas de alimentos.
Além da crise da fome, no entanto, a Coreia do Norte sofre de outra crise crônica: a da credibilidade da palavra de seus governantes. Promessas de moratória do programa nuclear já foram descumpridas no passado. Ninguém leva fé, talvez nem mesmo Kim Jong Un, em que desta vez o acordado seja honrado. 
Revista ISTOÉ semana. Por Antonio Carlos Prado e Laura Daudén

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