Partido rejeitou nesta segunda recurso apresentado pelo atual prefeito, João da Costa, que teve a maioria dos votos nas prévias partidárias
O diretório nacional do PT confirmou a candidatura do senador Humberto Costa à prefeitura do Recife. Nesta quarta-feira, a cúpula do partido negou um pedido do atual prefeito, João da Costa, que ainda pleiteava o direito de buscar a reeleição. Foram 49 votos contrários ao recurso, 19 favoráveis e 3 abstenções.
A confusão na disputa petista teve início nas prévias partidárias da legenda no Recife, no mês passado. João da Costa, que disputava com o deputado federal Maurício Rands, venceu a votação. Mas Rands alegou que houve irregularidades na elaboração da lista de pessoas aptas a votar.
O caso chegou ao plano nacional. Uma segunda votação estava marcada quando Maurício Rands acabou desistindo para apoiar o senador Humberto Costa, que entrou na disputa de forma extemporânea - e apoiado pela Executiva Nacional. 
Com a decisão desta segunda-feira, o partido oficializa a candidatura de Humberto Costa, que só corre riscos se João da Costa decidir recorrer à Justiça.
Revista VEJA online. Gabriel Castro. Humberto Costa, senador (PT-PE) no plenário, em 2011 (Dida Sampaio/AE).
Em nota, PMDB oficializa apoio à candidatura do PSB com Geraldo Júlio
Partido de Jarbas entende que só o partido de Eduardo tem proposta de mudanças.
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O PMDB divulgou nota em que oficializa o apoio à candidatura de Geraldo Júlio (PSB) à Prefeitura do Recife. No documento, o partido que tem como maior liderança política o senador Jarbas Vasconcelos diz que os socialistas “a possibilidade de mudança da atual situação de abandono da cidade”.
O partido ainda reconheceu o trabalho de presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, à frente do Governo de Pernambuco. “É adequado reconhecer que o governador Eduardo Campos tem realizado um trabalho para melhorar a vida da população com elevada aprovação dos pernambucanos”, diz a nota.
“Por isso, em nome do compromisso com o futuro do Recife e do espírito público que sempre norteou o caminho do partido, o PMDB declara apoio à candidatura do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado Geraldo Júlio, um técnico com reconhecida capacidade de gestão”, continua.
No fim, o partido deixou claro que se coloca à disposição do candidato socialista Geraldo Júlio para contribuir com seus ideais na campanha. “O candidato do PSB terá amplas condições de colocar em prática as propostas que o PMDB, ao longo dos últimos meses, debateu com a população do Recife.”
Lula encara ação do PSB como rompimento
Lula não aceitou os argumentos do governador Eduardo Campos de que o lançamento de um candidato do PSB à prefeitura do Recife tem por finalidade impedir a volta de um representante da oposição. Na opinião do governador, é preferível a vitória com Geraldo Júlio (PSB) à derrota com o senador Humberto Costa (PT), que teria força política para chegar ao segundo turno se fosse o candidato único da Frente Popular. Mas, na disputa final, não teria com quem celebrar novas alianças.
O ex-presidente, segundo testemunho de petistas, não esperava essa atitude do governador de Pernambuco, a quem dispensou tratamento vip quando estava no Palácio do Planalto. Lula queria que o PSB apoiasse a candidatura do senador - que é um dos seus mais fieis discípulos desde a fundação do Partido dos Trabalhadores - por duas especiais razões. Primeira, para que o Recife permanecesse sob controle do PT. Em segundo lugar, porque o PT apoiou o PSB no 2º turno de 2006.
O desejo do ex-presidente não foi atendido e os dois principais partidos da Frente Popular irão para o confronto. Isso terá sérios desdobramentos na política local e nacional. Afinal, o que houve no Recife não foi apenas uma jogada tática do PSB visando à conquista da prefeitura.
Foi uma ruptura do PSB com o PT e o rompimento político do governador com o ex-presidente Lula. Pelo menos é sob essa ótica que o ex-presidente encarou a decisão do PSB de não apoiar Humberto Costa.
Oposição 1 
Por ser o 1º colocado nas pesquisas dentre os pré-candidatos da oposição a prefeitura do Recife, Mendonça Filho (DEM) defende a retirada das outras três candidaturas em favor da dele. Mas Daniel Coelho (PSDB) e Raul Henry (PMDB) estão se negando a apoiá-lo.
Oposição 2 –
A tendência de Daniel e Raul e se juntarem a Geraldo Júlio (PSB), já que Eduardo Cam­pos fez nesta campanha aquilo que era o desejo deles: afastar-se do PT. Aliás, essa era a única condição exigida por Sérgio Guerra para levar o PSDB estadual para a base do governo.

Duas visões
Do núcleo inflexível do “jarbismo”, quem mais se opõe à aliança do PMDB com o PSB é o ex-secretário José Ar­lindo Soares. Ele é 100% favorável ao a­poio de Raul Henry à candidatura de Men­donça Filho (DEM), caso o peemedebista se afaste da disputa. Já Murilo Cavalcanti, da ONG “Brasil sem armas”, é 100% a favor de uma aliança do PMDB com o PSB.

A reação 
Petistas ligados a Humberto Costa garantem que Lula virá ao Recife para participar da campanha dele e também fazer gravações para a propaganda petista na televisão. O conteúdo da fala do ex-presidente é que ainda vai passar por um processo de negociação. Os petistas mais exaltados defendem que o ex-presidente se refira ao governador como “desleal” e “ingrato”.

O golpe 
Do deputado e pré-candidato a prefeito de Igarassu, Severino Ninho (PSB), sobre o “impeachment” do presidente do Paraguai Fernando Lugo: “Se eu fosse mais novo, e solteiro, eu iria para Assun­ção a fim de participar dos protestos contra esse golpe na democracia”.

A saída
Quando começar a campanha, é inevitável a saída do governo dos secretários petistas Isaltino Nascimento (transportes), Fernando Duarte (cultura) e Maurício Rands (governo). A menos que Humberto Costa não eleja Geraldo Júlio (PSB) como adversário. E vice-versa.

O bote
 
Do prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca (PSB), sobre Dilma ter autorizado um reajuste de 7,83% no preço da gasolina, que não será repassado ao consumidor porque o governo reduziu a zero a alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico): “É a 2ª vez (a 1ª foi a redução da alíquota do IPI para automóveis) que ela tira receita dos municípios”.
O recurso 
Se tiver interesse, o prefeito João da Costa terá direito a fazer sua própria defesa na reunião do diretório nacional do PT, marcada para hoje, em que será julgado o recurso de sua autoria contra a anulação das prévias pela maioria da executiva. Se perder, dificilmente o prefeito ficará no PT.

A aposta 
A cúpula do DEM vê chance de vitória em quatro capitais em que seus candidatos a prefeito são tidos como competitivos: Recife (Mendonça Fi­lho), Salvador (ACM Neto), Aracaju (João Alves) e Rio de Janeiro (Rodrigo Maia). Este último terá como vice a deputada Clarissa Garoti­nho (PR).
Folha de Pernambuco. GERALDO LÉLIS, do FolhaPE.

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