Arqueologia
Arqueólogos encontram barragem maia de 80 metros. Represa feita de pedras, cascalhos e areia podia
abastecer uma população de quase 100 000 pessoas da antiga cidade de Tikal, na
atual Guatemala.
Imagem mostra camadas de
pedras da barragem feita pelos antigos maias em Tikal, atual Guatemala. Detalhe
em vermelho mostra o que um dia foi uma eclusa (University of Cincinnati).
Pesquisadores
encontraram na antiga cidade de Tikal, na atual Guatemala, uma barragem feita
pelos maias de quase 80 metros de comprimento e 10 metros de altura, com
capacidade de armazenar 75,7 milhões de litros de água, ou 30 piscinas
olímpicas.
É a maior represa maia
já descoberta. Sua descrição será publicada nessa semana no periódico PNAS (da
sigla em inglês para Anais da Academia Nacional de Ciências).
A represa foi construída
entre os anos de 250 e 800 para abastecer uma população de quase 100.000
pessoas, número muito maior do que o ambiente poderia suportar se não fosse a intervenção
do homem.
Os maias ergueram a
barragem usando pedras, cascalhos e areia e a dotaram até de um sistema de
purificação da água, feito de caixas de areia de quartzo.
Esse minério não é
abundante na região e o uso dele mostra o grande esforço na construção e a
importância que os maias davam ao armazenamento da água.
Liwy Grazioso, pesquisadora que particpou do
estudo, em barragem construída pelos maias sob estrada
As pesquisas em Tikal
foram feitas por várias universidades, lideradas pela de Cincinnati, de Ohio,
Estados Unidos. Vernon Scarborough, autor do artigo da PNAS, disse que o
objetivo geral das escavações era descobrir como os maias conseguiram manter em
Tikal, onde há secas periódicas, uma população de 60.000 a 80.000 pessoas.
“Era um número muito
maior do que o ambiente poderia suportar”, disse Scarborough . “Mas eles
conseguiram manter uma complexa sociedade por mais de 1.500 anos. Os recursos
eram abundantes, mas as ferramentas eram rudimentares”, falou.
Os maias criaram um
complexo sistema de coleta e armazenamento de água para manter a população na
época de seca. As construções – grandes praças, estradas, prédios e canais –
eram construídas de modo inclinado. Assim, toda a água escoava para o sistema
de armazenamento de água – como a barragem.
Dupla
função
A
barragem foi encontrada sob uma estrada comumente usada por turistas que
visitam a região. Por um longo período essa construção foi considerada
apenas uma estrada. Mas as pesquisas mostraram que ela tinha uma dupla
função.
Tikal
foi um dos maiores centros populacionais da civilização maia e é hoje
considerada patrimônio mundial da Unesco.
Revista VEJA online
Nenhum comentário:
Postar um comentário