Comportamento
animal
Pesquisadores publicaram manifesto mostrando que,
com base na análise de ondas cerebrais, não há como dizer que só seres humanos
têm consciência.
"É
a primeira vez que um grupo de cientistas se manifesta formalmente quanto à
existência da consciência em animais", diz o neurocientista Philip Low.
Um grupo de 13 neurocientistas, incluindo o
canadense Philip Low, criador do iBrain, dispositivo que vai ajudar o físico Stephen Hawking a
se comunicar usando a mente, assinou uma declaração neste sábado em Cambridge,
na Inglaterra, afirmando que alguns animais, como pássaros, macacos, elefantes,
golfinhos, polvos, cães e gatos, possuem consciência, assim como os seres
humanos.
É a primeira vez que um grupo de especialistas da
área se reúne para emitir um comunicado formal admitindo que os seres humanos
não são os únicos a gozarem de consciência, segundo apontou Low, que também é
professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology, nos EUA).
O anúncio foi feito durante a Francis Crick
Memorial Conference, na Universidade Cambridge, na Inglaterra. Treze
especialistas se reuniram para apresentar os últimos resultados científicos em
pesquisas que tentam reinterpretar a consciência.
Os cientistas pretendem mostrar que ao analisar o
sinal cerebral de humanos e outros animais, é possível encontrar semelhanças
básicas. "A neurociência está evoluindo rapidamente por causa do
avanço tecnológico e por isso precisamos tirar novas conclusões", disse
Low.
"As evidências mostram que os seres humanos
não são os únicos a apresentarem estados mentais, sentimentos, ações
intencionais e inteligência", afirmou. "Está na hora de tirarmos
novas conclusões usando os novos dados a que a ciência tem acesso."
iBrain
O físico Stephen Hawking faria uma aparição durante
a conferência para demonstrar a tecnologia do iBrain, um dispositivo que o ajudará a se comunicar utilizando a
mente, mas não compareceu.
Em comunicado, lamentou sua falta e disse apoiar a
iniciativa dos cientistas. Hawking é vítima de uma doença degenerativa que o
deixou completamente paralisado ao longo de seus 70 anos de vida.
Ele é o sobrevivente de maior longevidade da
Esclerose Lateral Amiotrófica, uma rara doença que acaba com o movimento dos
músculos e provoca a morte do paciente alguns anos depois de diagnosticada – e,
no entanto, o físico já convive com a doença desde os 21 anos.
Revista
VEJA online. Marco Túlio Pires. (China Photos/Getty Images).

Nenhum comentário:
Postar um comentário