Pesquisador
desenvolve algoritmo de voz que detecta doença de Parkinson
Para aperfeiçoar
projeto, matemático quer construir um banco de vozes com a ajuda de voluntários
em diversos países, inclusive no Brasil
Um matemático britânico espera acelerar o diagnóstico
da doença de Parkinson com um exame
barato que utiliza um algoritmo de reconhecimento da fala que ele próprio
desenvolveu na Universidade Oxford, na Inglaterra. Max Little explicou como seu
programa pode detectar os sintomas da doença na abertura da conferência
TEDGlobal, que ocorre essa semana na Escócia.
TED (Tecnologia, Entretenimento e Design) é uma
organização filantrópica que apoia projetos inovadores.
DOENÇA
DE PARKINSON
É uma
doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso. A degeneração das células
nervosas na doença não tem causa conhecida. A doença não tem cura, mas existem
tratamentos que diminuem seus sintomas, que são, principalmente, tremores e
lentidão dos movimentos. A doença afeta cerca de 1 em cada 250 indivíduos com
mais de 40 anos.
A doença de Parkinson é uma condição neurológica
degenerativa e progressiva difícil de diagnosticar. Não existem testes de
laboratório que conseguem diagnosticar definitivamente a doença. Mais de seis
milhões de pessoas no mundo sofrem da doença de Parkinson.
Little descobriu durante o doutorado em Oxford que
a voz, assim como os membros, é afetada pela doença de Parkinson. Os sintomas
da doença, portanto, poderiam ser detectados pela análise da fala com
algoritmos de computador.
O pesquisador explicou como o algoritmo funciona em
entrevista à rede britânica BBC. "Estamos
recolhendo uma grande quantidade de informação de pessoas saudáveis ou com a
doença de Parkinson", disse. "A partir daí, treinamos o banco de
dados para aprender como separar os verdadeiros sintomas da doença de outros
fatores."
De acordo com Little, o padrão de voz de uma pessoa
pode mudar por vários motivos, como fumar ou estar gripado. O cientista
acredita que seu algoritmo será capaz de enxergar diferenças entre esses
fatores e a doença de Parkinson.
Reprodução
Qualquer pessoa pode
ligar e contribuir com três minutos de fala para ajudar a aperfeiçoar o
algoritmo que reconhece a doença de Parkinson pela voz. No Brasil, é possível
ligar para um número de São Paulo: 11 3957-0683
Banco de dados mundial
Numa pesquisa recém-publicada no periódico IEEE Transactions on Biomedical Engineering, Little
descreveu a precisão dos algoritmos para diferenciar pacientes da doença de
Parkinson de pessoas saudáveis.
Contudo, para que o
algoritmo seja aperfeiçoado, o cientista precisa de mais amostras de fala.
Por isso o matemático está convidando
voluntários, pacientes ou não de Parkinson, para contribuir com uma gravação de
três minutos, por telefone. O projeto conta com linhas em sete países. O Brasil
está na lista com um número de São Paulo: 11 3957-0683.
Little e seus colegas querem construir um
banco de dados com 10.000 amostras. Com isso, esperam ajudar
significativamente no tratamento de pacientes da doença Parkinson, acelerando o
diagnóstico, reduzindo as visitas ao consultório e melhorando as decisões para
o tratamento.
Revista VEJA online. (Thinkstock).
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