Medida vai ao encontro da preocupação do Palácio do
Planalto de criar condições para a recuperação da economia brasileira.
Redução do IPI da linha branca durará até
dezembro deste ano.
O ministro
da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na tarde desta quarta-feira a prorrogação
da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) para automóveis,
geladeiras, fogões, tanquinhos, máquinas de lavar louça, móveis e material para
construção.
A
medida já era dada como certa, haja vista a preocupação do governo em manter o
consumo e o emprego. A prorrogação deverá se estender até 31 de dezembro para
linha branca e móveis, até 31 de outubro para automóveis e 31 de dezembro de
2013 para materiais para construção.
Todos
os produtos perderiam o benefício fiscal em 31 de agosto deste ano.
A renúncia fiscal para
linha branca será de 361 milhões de reais entre setembro de dezembro. Para
móveis, luminárias e laminados, será de 391 milhões de reais e para materiais
de construção, 1,8 bilhão de reais.
O governo ainda incluiu
piso laminado, piso madeira, sólida, piso vinílico e drywall entre os materiais
que terão redução de IPI até 31 de dezembro. Com eles, a renúncia fiscal deverá
ser de 459 milhões de reais. Já a prorrogação do IPI reduzido de automóveis
fará com que o governo deixe de arrecadar 800 milhões de reais.
O ministro também
anunciou a prorrogação do IPI mais baixo para a produção de bens de capital
para 31 de dezembro de 2013. A contrapartida exigida do setor privado, segundo
Mantega, será a manutenção do nível de emprego na indústria, o repasse da
redução de preço ao consumidor e maior eficiência energética para produtos
da linha branca.
A estimativa da Fazenda
é que as medidas acarretem uma renúncia fiscal de 5,5 bilhões de reais entre
2012 e 2013.
Em maio, o governo
reduziu o IPI de carros nacionais de motor 1.0 de 7% para zero. Dos veículos
com motor flex até 2.0, o imposto caiu de 11% para 5,5%. Nos veículos
utilitários, o corte foi de 4% para 1%.
A
alíquota sobre os fogões, que pagavam 4% de IPI, continua zerada. O imposto
mantém-se reduzido de 15% para 5%
para as geladeiras e de 20% para 10%
para as máquinas de lavar louça. A alíquota sobre tanquinhos, que era 10%,
continua em zero. O governo já
havia prorrogado o IPI da linha branca em junho deste ano.
A
medida é uma das formas encontradas pelo governo de estimular o crescimento no
segundo semestre, para que o ano de 2013 comece com a economia em aceleração.
Segundo o último relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, o mercado revisou
novamente para baixo as expectativas de crescimento econômico para 2012 - de
1,75% para 1,73%.
O ministro classificou
como "muito positivos" os resultados das medidas de estímulo ao
consumo de eletrodomésticos e carros - e lembrou que houve uma reação forte das
vendas de veículos no último trimestre.
Lobby
automotivo
A
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e a
Fenabrave se reuniram com Mantega mais cedo,
nesta quarta-feira, e voltaram a pedir a prorrogação da redução do
imposto. Para convencer o governo, as entidades apresentaram os resultados da
redução do tributo nas vendas e no emprego.
De
acordo com o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, houve aumento de 33,4%
no licenciamento de veículos leves na média diária de junho e agosto – período
em que o benefício está em vigor – em relação à de maio.
Ele
também argumentou que, embora o Planalto tenha registrado perda de arrecadação
de IPI da ordem de 20 milhões de reais, ganhou no recolhimento dos demais
tributos. Belini afirmou que se forem considerados IPI, PIS/Cofins, ICMS e IPVA
houve aumento líquido no pagamento desses tributos de1,7 milhão de reais pela
média diária entre junho e agosto.
Para
rebater as críticas do governo quanto às demissões na indústria, Belini afirmou
que houve acréscimo de 3.100 postos de trabalhos no setor, dos quais 2.700
foram criados no período de vigência da redução do IPI.
"Com
estes dados o ministro ficou bastante tranquilo e agora está nas mãos dele
qualquer decisão sobre a prorrogação do IPI. O setor pleiteia que haja
continuidade", afirmou durante a manhã.
A medida é uma das
formas encontradas pelo governo de estimular o crescimento no segundo semestre,
para que o ano de 2013 comece com a economia em aceleração.
Revista VEJA online. (Gustavo Magnusson).
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