Empresários querem definição rápida sobre impeachment.
Começo do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff é
visto como um passo em direção à solução do impasse econômico do país
Mercado quer
um desfecho rápido da situação de Dilma para começar a fazer projetos concretos
O início do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff
é visto como um passo em direção à solução do impasse econômico que o Brasil
viveu ao longo de 2015, de acordo com empresários.
Com a "guerra branca" entre Dilma e o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha, transformada em embate declarado, a expectativa é que a
economia possa finalmente voltar aos trilhos.
Segundo o presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, o mercado quer
um desfecho rápido da situação para começar a fazer projetos concretos. "A
leitura que eu tenho do mercado como um todo subindo (a Bolsa ganhou mais de
3%) é que todo mundo está esperando que se vire essa página", diz o
empresário, dono da terceira maior varejista de moda do país.
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes
para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori, afirma que a definição do
processo de impeachment já é, por si só, um bom resultado.
Segundo ele, "agora o processo está andando e é possível
ver uma luz no fim do túnel, pois há um prazo para se definir se a presidente
fica ou sai". Desde 2014, o setor de autopeças demitiu 55 mil
trabalhadores, 25% de sua mão de obra há dois anos.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea), Luiz Moan, diz que a entidade não é nem favorável nem
contra o impeachment da presidente Dilma.
"Acreditamos que as instituições brasileiras estão
funcionando e não há nada fora do arcabouço institucional."
Já o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo
(Secovi-SP), Claudio Bernardes, considera que os investimentos só voltarão a
crescer quando a questão do impeachment estiver resolvida.
Para ele, é importante que os desdobramentos políticos ocorram o
mais rápido possível, de modo a iniciar os ajustes necessários para as contas
nacionais, o que poderá destravar os investimentos.
Infraestrutura
Segundo empresários consultados pelo jornal O Globo, o processo
de impeachment ainda pode paralisar projetos de infraestrutura. O presidente da
Odebrecht Transport, Paulo Cesena, acredita que o agravamento da crise política
eleva a cautela dos grupos estrangeiros que têm o Brasil no radar.
Para ele, por mais que técnicos do governo se esforcem para
tocar novas licitações, o apetite pelos projetos pode diminuir.
O mesmo clima de apreensão também é vivido pela indústria
petrolífera. Antônio Guimarães, secretário-executivo do Instituto Brasileiro do
Petróleo (IBP), teme que a interlocução com o governo caia num vácuo em meio à
discussão política sobre o impeachment.
(Com Estadão
Conteúdo) (Ueslei Marcelino/VEJA).
Revista VEJA
online.
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