IPCA sobe 0,78% em maio, maior nível para o mês em oito anos.
No acumulado do ano até maio o IPCA ficou em 4,05%, e, em doze
meses, registra avanço de 9,32%.
Alta preços em maio foi influenciado principalmente pela taxa de
água e esgoto.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou
para 0,78% em maio, após alta de 0,61% em abril, informou o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Trata-se do maior nível para o quinto mês do ano desde 2008,
quando ficou em 0,79%. O IPCA é o índice oficial de inflação do país e serve,
por exemplo, como baliza para o regime de metas de inflação adotado pelo Banco
Central (BC).
No acumulado do ano até maio o IPCA ficou em 4,05%, inferior aos
5,34% registrados no mesmo período do ano passado. Já em doze meses a taxa
ficou em 9,32%, levemente acima dos 9,28% relativos aos doze meses
imediatamente anteriores.
Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era
de alta de 0,75% , acumulando em 12 meses alta de 9,29%. Em maio de 2015 o IPCA
fora de 0,74%.
Os grupo Habitação foi o principal responsável pelo aumento dos
preços em maio, com avanço de 1,79%, de acordo com o IBGE. Dentro deste grupo,
o instituto destaca o item "taxa de água e esgoto," com alta de
10,37%, maior contribuição individual no mês.
"Isto ocorreu diante da pressão exercida pela região
metropolitana de São Paulo, onde a variação do item atingiu 41,90%, expressando
os efeitos do fim do Programa de Incentivo à Redução do Consumo de Água",
diz o IBGE.
"O Índice de maio foi caracterizado pela volta da pressão
dos administrados", disse a economista do IBGE Eulina Nunes dos Santos.
O IBGE informou ainda que o grupo Alimentação e Bebidas foi a
segunda maior influência de alta do IPCA no mês, com 0,20 ponto percentual,
embora o avanço tenha desacelerado a 0,78% em maio, contra 1,09% no mês
anterior.
Economistas do mercado financeiro estimam que o IPCA termine o
ano de 2016 em 7,12%, segundo o último boletim Focus do Banco Central (BC).
Juros
Devido aos níveis elevados dos preços, o BC tem mantido a Selic
em 14,25% ao ano desde julho passado, maiores patamares em quase 10 anos mesmo
em meio à forte recessão econômica.
O Copom deve manter a taxa básica de juros nesta quarta-feira,
na última decisão sob o comando de Alexandre Tombini antes de passar o comando
do BC a Ilan Goldfajn para liderar um provável ciclo de cortes dos juros a
frente.
(Da redação).
(Marcos Michael/VEJA)
Revista VEJA
online.

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