Corrida ajuda a desenvolver o cérebro, diz pesquisa.
Estudo americano indica que prática do esporte aumenta
capacidade cognitiva.
Cientistas apontaram que a corrida frequente leva a uma maior
interação em partes do cérebro dedicadas à cognição e ao foco.
RIO - Muitas pessoas que correm com frequência dizem ter
pensamentos interessantes durante o exercício: ideias surgem, memórias são
resgatadas e planos, organizados quase que instantaneamente. Agora, um estudo
de neurocientistas vem explicar que nada disso é mera impressão.
A pesquisa, publicada pelo periódico “Frontiers in Human
Neuroscience", descobriu que corredores que competem longas distâncias
mostram conexões cerebrais diferentes daquelas apresentadas por pessoas
saudáveis, mas sedentárias.
Essas conexões foram identificadas em áreas do cérebro
conhecidas por ajudar na cognição sofisticada: memória de trabalho, capacidade
multitarefa, atenção, tomada de decisão e processamento de informações
sensoriais.
Os resultados sugerem que quem pratica o esporte com frequência
tende a ter maior interação entre partes do cérebro dedicadas à cognição e ao
foco mental, afirmam os pesquisadores da Universidade do Arizona que conduziram
o estudo.
A comunidade científica já sabe há algum tempo que atividades
como ginástica e badminton afetam de forma positiva a cognição. No entanto, a
corrida nunca havia sido considerada, até agora, um esporte que exigisse muito
do cérebro.
— Nosso estudo mostra que correr pode não ser uma atividade tão
simples, afinal de contas — diz Gene Alexander, professor de Psicologia e
Neurologia da Universidade do Arizona.
— Correr requer habilidades de navegação complexas, além de uma
capacidade de planejar, monitorar e responder ao ambiente, e continuar com
todas as atividades motoras sequenciais de execução, que são, elas próprias,
complicadas.
SÓ HOMENS FORAM AVALIADOS
Na pesquisa, os cientistas receberam aleatoriamente 11
voluntários que são corredores universitários e outros 11 que disseram não
terem se exercitado no último ano.
Todos os participantes foram homens, e os cientistas
justificaram a escolha alegando que os efeitos do ciclo menstrual nos cérebros
das mulheres poderiam afetar os resultados.
Os pesquisadores fizeram ressonância magnética em cada
participante para medir os níveis de atividade cerebral e descobriram que os
cérebros dos corredores exibiam conexões diferentes em relação aos dos
sedentários, e essas conexões envolviam áreas necessárias para um pensamento de
nível mais sofisticado.
Os autores ponderam que o estudo não prova que a corrida tenha
sido a única causa dessas diferenças, mas, sim, que os corredores desenvolveram
certos padrões de pensamento.
POR CLARISSA
PAINS
Jornal O
GLOBO online.
Leia mais
sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/corrida-ajuda-desenvolver-cerebro-diz-pesquisa-20718728#ixzz4UdyTpCBJ
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