A conquista do preço.
O êxito foi maior do que se esperava: a inflação ficou abaixo da meta apesar da alta nos combustíveis, controlados pelo próprio governo.
ALIMENTOS 
Produção agrícola 30% maior reduziu os preços e aliviou o bolso do brasileiro.
O ano passado reservou uma boa notícia para o início de 2018, com a inflação oficial ficando em 2,95% — bem abaixo da meta de 4,5% fixada pelo governo.
Anunciada dia 10, foi a menor taxa registrada desde 1998. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mede as variações dos preços no consumo das famílias e é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Analistas econômicos são unânimes em afirmar que, além das reformas e da queda nos juros, está em curso uma saudável retomada do consumo e da renda.
São fatores que devem se manter ao longo de 2018, caso não ocorram crises políticas, quebras de safras ou quedas nas commodities.
“A reação nas vendas deve continuar”, diz o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, que espera uma inflação mais perto da meta no final deste ano.
Refeições em casa
A agricultura foi a grande responsável pela inflação baixa. Uma produção 30% maior que a de 2016 fez com que os alimentos ficassem quase 2% mais baratos.
Foi a primeira deflação dos gêneros alimentícios desde o Plano Real. Mudanças de comportamento também ajudaram.
Ao reduzir drasticamente as idas a restaurantes e lanchonetes em troca de refeições em casa, os brasileiros seguraram os preços — apesar de altas pontuais nos supermercados.
Dos nove grupos pesquisados para o IPCA, o de Alimentos e Bebidas sofreu a maior queda, 4,85%.
Os vilões foram a gasolina, com alta de 10,32% e o diesel, que subiu 8,3%. O combustível representa até 35% dos custos do transporte rodoviário, por onde passam 92% dos passageiros e 62% das cargas do País.
Nosso problema não é a eficiência, mas sim a política”, diz Bruno Batista, diretor da Confederação Nacional do Transporte (CNT), referindo-se à política de preços flutuantes adotada pela Petrobras.
Ao longo de 2017 houve 149 reajustes nos produtos controlados pela empresa, incluindo o gás de cozinha, cuja alta em 12 meses foi de 16,39%.
Fechar o ano com a inflação abaixo da meta, mesmo com tantos aumentos nos preços controlados pelo próprio governo, é um feito e tanto para a equipe econômica.
Para completar o cenário de boas notícias, a estimativa do Banco Central é que o aumento do PIB em 2017 chegue a 1%.
Segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) o crescimento industrial será de 2%. Mais dois dados animadores.
FOTO: (Crédito: Steve Debenport).
André Vargas;
Revista ISTOÉ online.
https://istoe.com.br/conquista-do-preco/

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